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Decisão de limitar juros do cheque especial foi acertada, diz economista

Para Joaquim Toledo, limite poderia ter sido mais baixo e estendido a outras linhas de crédito; Serasa acredita em estímulo ao crédito

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Por Fernando Scheller
Atualização:

“Você acha que os Estados americanos não são liberais?” É com esse questionamento que o economista Joaquim Toledo, ex-professor da USP e ex-diretor da Nossa Caixa, diz que a decisão do Banco Central (BC) de limitar os juros do cheque especial a 8% ao mês não foi só acertada, mas também demorou para ser tomada.

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Ele diz que mais de 20 Estados americanos mantêm tetos para os juros cobrados ao consumidor - e que são limites muito mais baixos do que os 150% ao ano agora determinados pelo BC para o cheque especial. “Não faz sentido o juro do cheque especial ser tão alto. Trata-se de um crédito de fácil cobrança, uma vez que o débito é feito em conta corrente.”

Para Toledo, o limite poderia ter sido mais baixo e a restrição poderia ser estendida a outras linhas de crédito, mas ele considera a medida acertada. “O ótimo é inimigo do bom. Então acredito que a decisão foi bastante positiva, pois mostrou que os bancos terão de atuar dentro de limites definidos pela autoridade monetária.”

Países como Canadá e Alemanha também impõem limites aos juros cobrados ao consumidor. Para o economista, os juros do cheque especial não condizem com a atual taxa Selic, hoje em 5% ao ano. “Finalmente os juros estão em um patamar decente no Brasil. E não faz sentido o cheque especial cobrar 13% ao ano nesse cenário.”

Estímulo ao crédito

O CEO da Serasa Experian, José Luiz Rossi, considerou positiva a iniciativa do Conselho Monetário Nacional (CMN), que estabeleceu um teto de 8% ao mês para o juro cobrado sobre a utilização do limite do cheque especial. Para ele, o Banco Central tem demonstrado preocupação e trabalhado para aumentar a oferta de crédito no mercado.

"O BC trabalhou ativamente junto ao Congresso pelo cadastro positivo, porque entende que vai ajudar o aceso ao crédito", disse Rossi, para quem a redução do juro do cheque especial ajudará no esforço de ampliação da oferta de crédito.

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Economista-chefe da Serasa Experian, Luiz Rabi diz que a redução do juro do cheque especial se insere na preocupação com a redução do spread bancário. / COLABOROU FRANCISCO CARLOS DE ASSIS

Banco Central limitou os juros do cheque especial a 8% ao ano Foto: Marcos Santos/USP Imagens
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