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Decisão do Copom abre espaço para ampliar riscos, dizem analistas

Por Agencia Estado
Atualização:

O corte de meio ponto porcentual na Selic causou uma enorme surpresa entre os analistas de bancos europeus consultados pela Agência Estado. Quase ninguém apostava que o BC iria reduzir os juros e colocar um viés neutro na taxa. Segundo os analistas, a redução da Selic tem o objetivo claro de reativar a economia, mas também abre espaço para riscos maiores caso o País volte a sofrer uma forte pressão nos mercados cambiais. "Foi um movimento agressivo do BC, pois não acreditávamos que ele arriscaria reduzir os juros diante da atual volatilidade, do recente aumento da inflação, do cenário internacional turbulento e da proximidade das eleicões", disse à Agência Estado o analista para América Latina do banco espanhol Caja Madri, Jordi Flores. Segundo ele, a redução da Selic tem o objetivo de aquecer a atividade econômica. "Mas a questão é saber se isso também não cria um risco maior, caso o real volte a ser fortemente pressionado, o que poderá acelerar a inflação". O economista-chefe de um banco europeu com forte presença no Brasil também se disse "totalmente surpreso" com a redução da Selic. Segundo ele, o impacto inicial no mercado deverá ser positivo, principalmente no mercado acionário, devido à pespectiva de aquecimento econômico. "Mas será preciso acompanhar atentamente o comportamento do dólar e da inflação para ver se esse arrojado passo do Copom terá efeitos positivos". Ele acrescentou que o BC, ao reduzir os juros em meio à turbulência que atinge a economia, "está assumindo também um risco grande para a sua credibilidade".

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