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Decisão do Fed não deve influenciar taxa Selic

O viés de baixa em vigor para a Selic não deve ser usado em função do corte de juros nos EUA. Segundo analistas, isso só será possível com uma estabilização das cotações do dólar em patamares mais baixos e sem a intervenção constante do BC.

Por Agencia Estado
Atualização:

A decisão do Banco Central dos Estados Unidos (Fed) de cortar os juros norte-americanos em 0,25 ponto porcentual - de 4% para 3,75% ao ano - não deve influenciar o Banco Central (BC) a usar o viés de baixa colocado na taxa básica de juros (Selic) na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Veja mais informações sobre a decisão do Fed nos links abaixo. No dia 20 de junho, o Comitê decidiu elevar a Selic de 16,75% para 18,75% ao ano e colocou o viés de baixa, o que significa que o presidente do BC, Armínio Fraga, pode cortar os juros antes da próxima reunião do Copom em 17 e 18 de julho. "A expectativa é de que o BC use o viés apenas se o dólar permanecer em baixa, por vários dias consecutivos e sem intervenções constantes da instituição", afirma o economista do Banco Inter American Express, Gustavo Moraes. Ele acredita que o BC só ficará satisfeito em relação ao comportamento da moeda norte-americana quando o patamar de negociação ficar abaixo de R$ 2,30. Hoje o dólar fechou o dia cotado a R$ 2,3050 na ponta de venda dos negócios, com baixa de 0,95% em relação às últimas operações de ontem. Este foi o patamar mínimo de negociação no dia. O BC fez três intervenções no mercado de câmbio. Na primeira vendeu 1 milhão de títulos cambiais. No início da tarde, com a segunda intervenção, a instituição vendeu dólares aos investidores, reduzindo a demanda. Já a terceira intervenção foi mais agressiva e o BC vendeu 3 milhões de títulos. A máxima do dólar no dia foi de R$ 2,3380. Segundo o diretor de renda variável do Deutsche Bank, Alexandre Malfitani, é possível que o BC nem use o viés antes da próxima reunião do Comitê. O economista do BankBoston, Marcelo Cypriano, tem a mesma opinião. "enquanto o dólar permanecer pressionado, não há espaço para novos cortes na taxa de juros", avalia. Fed deve cortar novamente os juros Malfitani acredita que o processo de redução dos juros nos Estados Unidos com o objetivo de evitar o desaquecimento forte da economia norte-americana não chegou ao fim. "Na próxima reunião do Banco Central dos Estados Unidos, em 21 de agosto, é provável que haja mais um corte de 0,25 ponto porcentual, reduzindo os juros anuais para 3,5%", afirma.

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