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Decisão do TST esvazia ameaça de greve de aeroportuários

Corte determinou ontem que 80% dos aeronautas e aeroviários terão de trabalhar nas vésperas do Natal e do Ano Novo

Por MARIÂNGELA GALLUCCI /BRASÍLIA
Atualização:

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) praticamente enterrou a possibilidade dos trabalhadores do setor aéreo pararem os aeroportos do País a partir da noite de hoje. O presidente da corte, João Oreste Dalazen, determinou ontem que pelos menos 80% dos aeronautas e aeroviários trabalhem nas vésperas do Natal e Ano Novo. Se a determinação não for cumprida, os sindicatos das duas categorias poderão pagar multa diária de R$ 100 mil.No início desta semana, os trabalhadores protocolaram no TST um aviso formal de greve, prevista para iniciar hoje, depois do fracasso das negociações com representantes das companhias aéreas sobre o reajuste salarial. Na quarta-feira, sindicatos do município do Rio de Janeiro e do Estado do Amazonas, ligados à Força Sindical, firmaram um compromisso com as empresas aéreas aceitando a proposta de reajuste apresentada - um aumento de 6,17%.O porcentual mínimo de 80% dos trabalhadores nos aeroportos terá que ser cumprido nos dias 23, 24, 29, 30 e 31 de dezembro, de acordo com a decisão do presidente do TST, que atendeu a um pedido do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea). Após o feriado de Ano Novo, pelo menos 60% dos funcionários terão de trabalhar, caso a greve seja efetivamente iniciada."Ao disciplinar o exercício do direito de greve, a lei reputa absolutamente essencial à população a atividade prestada pela categoria profissional dos aeronautas e aeroviários", disse Dalazen em sua decisão. "É compreensível e respeitável a reivindicação das categorias profissionais, mas a população brasileira não pode ser prejudicada pela carência de um serviço público essencial", afirmou.Semelhança. A decisão de Dalazen é idêntica à tomada pelo TST no ano passado. Os sindicatos prometeram uma greve para o dia 23 de dezembro de 2010, mas resolveram abortar o movimento depois que o tribunal determinou às entidades que deveria ser mantido um mínimo de 80% de operação.A decisão definitiva dos trabalhadores sobre a greve será tomada hoje, durante assembleia. Com a Central Única dos Trabalhadores (CUT) isolada nas negociações salariais e a recente decisão do TST, as chances da paralisação ser aprovada diminuíram sensivelmente.Os sindicatos ligados à CUT brigam para obter um reajuste de 7%, que embute aumento real de 0,83%. As empresas alegam que não têm condições de dar um ganho real para os trabalhadores este ano. Na reunião de segunda-feira no TST, a vice-presidente do tribunal, Maria Cristina Peduzzi, classificou como "lamentável" a ausência de acordo entre as companhias aéreas e os funcionários. Peduzzi deixou claro que era frustrante não chegar a um bom termo por uma diferença tão pequena no porcentual de reajuste dos salários. / COLABOROU MONICA CIARELLI, DO RIO

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