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Decisão sobre a Varig pode sair hoje

Juiz disse que vai se pronunciar ainda hoje sobre a proposta do TGV

Por Agencia Estado
Atualização:

A novela Varig ainda tem um futuro incerto. O juiz da 8ª Vara Empresarial, Luiz Roberto Ayoub, que cuida da recuperação judicial da Varig, saiu da reunião com o sócio da consultoria Alvarez & Marsal (responsável pela reestruturação da Varig), Marcelo Gomes, no Tribunal de Justiça do Rio, e afirmou a jornalistas que "já há uma decisão sobre o caso" Varig. Um pouco mais cedo, o promotor do Ministério Público Estadual, Gustavo Lunz, havia dito que a Justiça não iria se pronunciar hoje sobre o caso Varig. "Acredito que não. Não dá mais tempo", declarou, ao deixar a reunião. O promotor afirmou que os Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) ainda não entregaram os esclarecimentos solicitados pela Justiça sobre a proposta de compra da empresa por US$ 449 milhões apresentada no leilão realizado no dia 8. Segundo Lunz, o TGV deveria ter depositado hoje os US$ 75 milhões referentes ao sinal de compra da empresa, previsto no edital do leilão. A reunião entre Ayoub e Marcelo Gomes se estende desde o início da manhã e, de acordo com Lunz, neste momento o juiz está de plantão, aguardando a volta de representantes do TGV com novos esclarecimentos sobre a proposta. Situação crítica O governo não vai interferir na decisão da BR Distribuidora a respeito do fornecimento de combustível à Varig. A decisão foi anunciada hoje pelo vice-presidente da República, José Alencar. A subsidiária da Petrobras ameaça só vender para a companhia aérea mediante pagamento à vista e hoje deve definir sua posição. Na sexta-feira, depois de uma dura negociação com a BR Distribuidora, a Varig disse que contava com combustível para continuar operando, mas apenas até hoje. Para Alencar, a relação entre BR e Varig é de caráter empresarial e não diz respeito ao governo. "O governo é controlador, mas a empresa é aberta, é uma sociedade de capital aberto, portanto, do capital dela fazem parte milhares e milhares de pessoas. Então, essas questões são eminentemente empresariais", afirmou. Ele também disse que a postura do governo sobre a crise da Varig é a de aguardar a decisão do Judiciário. Já a Infraero, outro credor da Varig, também concedeu mais tempo à companhia aérea. O Conselho Administrativo da Infraero se reunirá amanhã, às 10 horas, para votar uma proposta da diretoria da estatal de cobrar antecipadamente da Varig as tarifas de embarque referentes aos vôos que serão realizados diariamente. Se o recolhimento não for feito à vista, os vôos previstos poderão ser cancelados pela Infraero. O fato é que a Varig deveria repassar quinzenalmente as tarifas de embarque. Isso não tem sido feito e o débito acumulado pela Varig em tarifas de embarque não repassadas desde abril está em R$ 31,310 milhões. Operações internacionais O TGV foi o único grupo que apresentou oferta pela Varig, de US$ 449 milhões (R$ 1,010 bilhão), no leilão realizado na quinta-feira da semana passada. A oferta do TGV foi homologada com condições pelo juiz Ayoub. A principal exigência da Justiça fluminense é a comprovação da origem dos recursos. Na quinta-feira da semana passada, o TGV entregou pela segunda vez esclarecimentos que não foram considerados suficientes pela comissão de juízes que supervisiona a reestruturação da Varig. Os US$ 75 milhões são cruciais para a Varig porque na próxima quarta-feira o juiz Robert Drain, da Corte de Nova York, vai exigir a garantia de que a Varig tem dinheiro para poder pagar as empresas que arrendam aviões para a companhia. Caso não haja essa comprovação, o juiz pode derrubar uma liminar que vem protegendo a Varig contra a perda de pelo menos 25 aeronaves, o que inviabilizaria, quase de imediato, sua operação internacional, já que destes, 23 são aviões de grande porte.

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