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Decisão sobre investimentos exige cautela

O Copom decidiu nesta terça-feira manter a taxa de juros em 21% ao ano. Para o investidor, a decisão não altera o que os analistas vinham recomendando nos últimos dias: cautela na hora de aplicar ou de reavaliar a carteira de recursos.

Por Agencia Estado
Atualização:

As decisões sobre aplicações têm exigido do investidor uma dose maior de cautela. Isso porque, com um cenário ainda indefinido em relação à condução da política econômica no próximo governo, qualquer perspectiva sobre as taxas de juros, o comportamento do dólar e da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) podem ser afetadas. "Neste momento o investidor deve manter a calma, pois o risco de tomar atitudes precipitadas é ainda maior em períodos de incertezas. O melhor a fazer é aguardar por um cenário mais definido para tomar decisões, principalmente em relação às aplicações de longo prazo", afirma o diretor da BNL Asset Management, Claudio Lellis. Para quem já está com os recursos investidos, as decisões sobre mudanças nas aplicações deve levar em conta o custo com a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). No caso dos fundos, por exemplo, ao transferir os recursos de uma carteira para outra, o investidor paga CPMF duas vezes, já que o dinheiro passa pela conta corrente antes de ser direcionado para um outro fundo. Algumas instituições reembolsam parte desse valor, mas é importante destacar que isso não é regra geral. "Além desse custo, uma mudança na estratégia de investimento nesse momento é arriscada, pois há muitas incertezas que prejudicam essa reavaliação de carteira", afirma o diretor de renda fixa da Unibanco Asset Management, Guilherme Menin Gaertner. Recomendações para recursos novos Segundo Gaertner, o investidor que prefere adotar uma postura mais conservadora, reduzindo ao máximo sua exposição ao risco, deve direcionar seus recursos para as aplicações com taxas de juros pós-fixadas, como os fundos referenciados DI ou os Certificados de Depósito Bancários (CDBs) com rendimento pós-fixado. Já quem tem tolerância ao risco e quer diversificar parte de sua carteira de aplicações pode optar por colocar parte do seu dinheiro na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Segundo ele, há muitas ações com preços depreciados e com boas chances de recuperação. Vale destacar que os investidores que não têm conhecimento suficiente para montar uma carteira de papéis de empresas podem optar por fundos de ações. Nessa aplicação, a escolha dos papéis fica por conta do gestor. O investidor tem a possibilidade de optar pelo perfil da carteira, como um fundo Ibovespa ou um fundo setorial, mas a composição do fundo é determinada pelo gestor, que cobra uma taxa de administração por esse trabalho. As aplicações atreladas ao dólar são consideradas muito arriscadas neste momento, já que a moeda norte-americana está em um patamar muito elevado. Segundo Gaertner, essa ainda é vista como uma forma de diversificação das aplicações. Porém, deve ser reavaliada, dado que há espaço para a melhora do cenário e, com isso, um recuo das cotações do dólar. Veja mais informações sobre a decisão do Copom no link abaixo.

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