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Declaração sobre Alca adia para 2004 discussão de detalhes

Por Agencia Estado
Atualização:

A Declaração Ministerial de Miami, que teve a sua divulgação antecipada para a noite de ontem, traz diretrizes genéricas e transfere para a próxima reunião do Comitê de Negociações Comerciais (CNC), no próximo ano, o detalhamento de cada um dos temas: acesso a mercados; agricultura; serviços; subsídios, antidumping e direitos compensatórios; compras governamentais; propriedade intelectual; política de concorrência; e soluções de controvérsias. A declaração é fruto da VIII Reunião Ministerial da Área de Livre Comercio das Américas (Alca), que deveria terminar hoje, mas como ontem mesmo já havia consenso em torno do documento, os co-presidentes Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores do Brasil, e Robert Zoellick, representante do comércio dos Estados Unidos, resolveram antecipar o encerramento. O maior avanço relaciona-se às negociações do acesso a mercados, que deverão ser concluídas até setembro de 2004. "A parte de acesso a mercados já é em si uma parte valiosa. Há muita substância nisso", afirmou o ministro Celso Amorim, ao defender que a declaração significa um importante avanço rumo à criação da Alca, que teve, no documento, a sua conclusão confirmada para 2005. Diversidade é problema na formação da Alca Robert Zoellick falou da diversidade cultural e econômica que caracteriza os países envolvidos nas negociações e das dificuldades para se chegar a um consenso diante dessa realidade. Diferentemente do que aconteceu no processo de criação da União Européia, onde havia certa semelhança nos perfis econômicos e culturais dos países negociadores, a Alca abriga interesses de países com realidades completamente diferentes. Exemplo disso é que a maior potência econômica e política do mundo, os Estados Unidos, estará se associando a países em desenvolvimento, como o Brasil, e a países menores, que convivem com problemas de desemprego, distribuição de renda e pobreza, e precisam promover o desenvolvimento. Em função deste contexto, o documento dedica um capítulo às diferenças nos níveis de desenvolvimento e tamanho das economias. O bloco mexerá com uma população de 800 milhões de habitantes e um Produto Interno Bruto de mais de US$ 13 bilhões. A previsão é de que o fluxo comercial entre os países possa dobrar ou ficar quatro vezes maior nos próximos anos. A próxima reunião ministerial será no Brasil, em 2004, com data ainda não marcada. As informações são da Agência Brasil.

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