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Déficit comercial dos EUA aumenta; auxílio-desemprego cai

Por DOUG PALMER
Atualização:

O déficit comercial dos Estados Unidos aumentou em julho no maior ritmo em mais de 10 anos, com a crescente demanda de consumidores resultando em um avanço recorde das importações. Dados divulgados nesta quinta-feira mostraram que o déficit comercial subiu 16,3 por cento, para 32 bilhões de dólares. Esta foi a maior alta mensal desde fevereiro de 1999. As importações tiveram crescimento recorde de 4,7 por cento devido à melhora da demanda nos Estados Unidos por automóveis importados e bens de consumo e à firmeza dos preços do petróleo, que avançaram pelo sexto mês consecutivo. Outro relatório apontou que o número de trabalhadores norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego caiu para 550 mil na semana passada. A quantidade de pessoas que continuam recebendo o benefício recuou para 6,088 milhões na semana encerrada em 29 de agosto, nível mais baixo desde a semana terminada em 4 de abril. "De um modo geral, estes são sinais de que a economia está melhorando apesar do déficit comercial estar crescendo", disse Michael Woolfolk, estrategista sênior da BNY Mellon, em Nova York. Embora a queda nos pedidos de auxílio-desemprego indique um mercado de trabalho mais saudável, "nós não vimos as contratações aumentarem ainda. Podemos ter passado pela pior fase de demissões, mas as companhias não estão confiantes o suficiente para contratar", disse John Canally, economista da LPL Financial, em Boston. O crescimento das importações mostra que o consumidor norte-americano "pode ter se recuperado" e os empresários podem estar se abastecendo para as festas. Mas a ampliação do déficit comercial levará alguns analistas a reduzir as estimativas de crescimento econômico no terceiro trimestre, segundo Canally. Analistas de Wall Street previam que o déficit comercial ficasse estável em relação a junho, dado que o Departamento de Comércio revisou para 27,5 bilhões de dólares, ante leitura original de 27 bilhões de dólares. As importações dos Estados Unidos cresceram pelo segundo mês consecutivo, totalizando 159,6 bilhões de dólares. O resultado foi impulsionado por aumentos de 2,4 bilhões de dólares nas importações de automóveis e auto-peças e de 1,7 bilhão de dólares nas importações de bens de consumo, como medicamentos, brinquedos, roupas e televisores. PETRÓLEO E CHINA As importações de automóveis e autopeças foram as maiores desde dezembro e podem ter refletido o abastecimento de estoques pelas concessionárias em antecipação ao programa de incentivo do governo para troca de carros velhos por modelos mais novos e eficientes. A sexta alta mensal consecutiva no preço médio do petróleo, para 62,48 dólares o barril, também ajudou a ampliar o déficit comercial. As importações de produtos derivados de petróleo registraram o maior patamar desde dezembro. O déficit comercial com a China cresceu 10,8 por cento em julho. O déficit comercial de julho permaneceu bem abaixo do recorde de 64,9 bilhões de dólares observado em julho de 2008, pouco antes de a crise financeira abalar o comércio internacional. As exportações norte-americanas também avançaram pelo terceiro mês seguido em julho, para 127,6 bilhões de dólares, alta de 2,2 por cento sobre junho.

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