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Déficit em conta corrente em janeiro deve ser de US$ 5,5 bi, diz Altamir

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central também informou que o Investimento Estrangeiro Direto soma US$ 1,6 bilhão em janeiro até hoje

Por Fabio Graner , Fernando Nakagawa e da Agência Estado
Atualização:

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, anunciou que a instituição prevê que o mês de janeiro encerre com um déficit de transações correntes de US$ 5,5 bilhões.

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Ele também informou que o Investimento Estrangeiro Direto (IED) soma US$ 1,6 bilhão em janeiro até hoje e, para o fechamento deste mês, Altamir projeta ingresso de US$ 2 bilhões em capital externo produtivo. "Janeiro é, tradicionalmente, um mês fraco de ingresso de IED. Mas o importante é que a tendência (de aceleração) está se mantendo", disse Altamir.

Altamir Lopes também anunciou que o investimento estrangeiro em ações registra em janeiro ingresso de US$ 889 milhões até hoje. O principal movimento acontece com papéis negociados no Brasil, que receberam US$ 933 milhões no período. Ou seja, os recibos de ações brasileiras negociados no exterior - como as ADRs, registraram saída de US$ 44 milhões.

Altamir informou que o investimento estrangeiro em renda fixa no Brasil registra em janeiro o terceiro mês seguido de saída de recursos. No mês até hoje, há saída de US$ 615 milhões. O período de saída de estrangeiros coincide com a taxação desses investimentos com o IOF pelo governo federal.

Mesmo com a saída na renda fixa, Altamir observou que a taxa de rolagem dos empréstimos externos de médio e longo prazos está em 194% em janeiro até hoje. Segundo ele, a oferta de crédito externo continua aquecida para o Brasil, especialmente no segmento corporativo. 

Fluxo cambial

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, informou que o fluxo cambial em janeiro, até a última sexta-feira, dia 21, foi positivo em US$ 9,205 bilhões. Segundo ele, o fluxo comercial no período foi superavitário em US$ 257 milhões, refletindo exportações de US$ 10,117 bilhões e importações de US$ 9,860 bilhões. O fluxo financeiro foi bastante intenso, com saldo positivo de US$ 8,948 bilhões, com entradas de US$ 29,808 bilhões e saídas de US$ 20,860 bilhões. Segundo Altamir, o movimento não reflete nenhuma operação específica, mas está em linha com as perspectivas de crescimento econômico do Brasil melhor que a média mundial e a situação de liquidez excessiva no mundo.

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O chefe do Depec informou também que a posição vendida dos bancos em câmbio se reduziu em janeiro, até a última sexta-feira, para US$ 13,026 bilhões. Em dezembro, a posição dos bancos era vendida em US$ 16,784 bilhões. Altamir explicou que essa queda já reflete as medidas prudenciais anunciadas no início deste mês, com alguns bancos se ajustando.

O técnico informou que as compras de dólares pela autoridade monetária elevaram as reservas em janeiro, também até o dia 21, em US$ 3,927 bilhões.

Remessa de lucros

Altamir Lopes, anunciou que a remessa de lucros e dividendos soma US$ 2,1 bilhões em janeiro até hoje. Ao apresentar o relatório das contas externas de dezembro de 2010, ele também informou que o pagamento de juros soma, no mesmo período, US$ 1,822 bilhão no período.

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Altamir informou, ainda, que a conta de viagens internacionais registra déficit de US$ 869 milhões em janeiro até hoje. O valor foi gerado pela despesa de US$ 1,316 bilhão e receita de US$ 447 milhões.

Setor petroleiro influenciou Investimento Estrangeiro Direto

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, explicou há pouco que uma grande operação no setor de petróleo, da companhia Repsol, foi a principal responsável pelo forte resultado do ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) em dezembro de 2010. Segundo ele, a operação somou US$ 7,1 bilhões. No último mês do ano passado, os chineses da Sinopec compraram parte da unidade brasileira da Repsol.

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"Mas, mesmo sem essa operação, o mês teria apresentado um resultado expressivo. Tínhamos a expectativa de US$ 38 bilhões em IED e o resultado final foi US$ 10 bilhões superior. É bom lembrar que, inicialmente, em 2009 prevíamos que o ingresso poderia ser entre US$ 40 bilhões e 45 bilhões", afirmou Altamir. "Algumas operações foram postergadas durante o ano passado. Mas, de fato, algumas operações que esperávamos só no início de 2011 se materializaram antes, no fim de 2010", completou.

Além da operação da Repsol, Altamir observou que foram registradas duas operações de cerca de US$ 1 bilhão cada nos setores de extração mineral e metalurgia. "O restante é bastante difuso, o que é bastante positivo para a economia".

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O ingresso de IED em dezembro, de mais de US$ 15 bilhões, foi o maior da série histórica iniciada em 1947, informou Altamir. Ele informou, ainda, que é possível que a projeção de entrada de US$ 45 bilhões em 2011 seja superada. Possível reavaliação será feita em março, quando o BC anuncia o Relatório Trimestral de Inflação.

Aluguel de equipamentos

O gasto com aluguel de equipamentos somou US$ 13,683 bilhões no acumulado de 2010. O valor foi 45,7% maior que a despesa paga em 2009 e é o maior montante da série histórica iniciada em 1947. Segundo Altamir, o aumento desse gasto reflete o maior ritmo da economia, que demanda mais máquinas e equipamentos - como guindastes e plataformas de petróleo.

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