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Delegação dos EUA visita Brasil para discussões agrícolas

O desenrolar das negociações agrícolas no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), o potencial de crescimento da produção brasileira de etanol e de bicombustíveis, além da produção de soja, são os principais temas das conversas.

Por Agencia Estado
Atualização:

O desenrolar das negociações agrícolas no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), o potencial de crescimento da produção brasileira de etanol e de bicombustíveis, além da produção de soja, são os principais temas das conversas e visitas da delegação de congressistas norte-americanos que está nesta semana no Brasil. A missão é liderada pelo senador republicano Charles Chuck Grassley, presidente do Comitê de Finanças do Senado e árduo defensor da Farm Bill. O senador, que também é agricultor no estado de Iowa, minimizou os subsídios concedidos pelo governo norte-americano ao setor agrícola, considerando-os "um estímulo que o governo dá aos produtores". Do lado brasileiro, o presidente do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone), Marcos Jank, considerou que há duas razões para os impasses nas negociações. "Primeiro, são os acordos bilaterais realizados pelos Estados Unidos. Em segundo lugar, está o aumento da pressão protecionista sobre o governo norte-americano". Foi cobrado ainda um papel de liderança dos Estados Unidos, que em vez de prosseguir com a Área de Livre Comércio para as Américas (Alca) têm priorizado os acordos bilaterais. Sobre a Alca, o senador acredita que o andamento das negociações depende dos presidentes do Brasil e Venezuela, "que se reuniram e decidiram que não era bom negociar naqueles termos. Eu quero dizer: quem acredita em um maluco como Hugo Chávez? Ele é um outro Fidel Castro". Bicombustíveis atraem interesse Os congressistas norte-americanos também mostraram interesse sobre a produção brasileira de etanol e dos carros bicombustíveis. Segundo Grassley, se considerarmos a lei em vigor, o Brasil ainda poderia exportar o produto para os EUA, apesar da tarifa de 54 cents de dólar por cada galão (4,55 litros) que entra no país. Para o senador, sem a tarifa, o produto brasileiro seria ainda mais competitivo e a indústria local importaria todo o etanol produzido no País, em detrimento da produção local (norte-americana). Atualmente, além do imposto cobrado, os EUA também taxam as importações brasileiras em 2,5%. As tarifas chegam a quase 50% do valor do etanol comercializado no país, que está em média US$ 1,20/galão. Rodada de negociações A missão de parlamentares norte-americanos deve ter outra rodada de conversas nesta quinta-feira sobre a questão dos biocombustíveis, durante visita à fábrica da General Motors localizada em São Caetano (SP), com a participação do presidente do Icone, Marco Jank.

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