PUBLICIDADE

Publicidade

Delfim Netto: País tem parte 'pequenininha' na crise

Por REJANE LIMA
Atualização:

O ex-ministro da Fazenda e ex-deputado federal Delfim Netto disse hoje em Santos, na Baixada Santista, que o Brasil não está imune a crise internacional, porém a participação do País na crise é proporcional a sua participação mundial: "muito pequenininha". "Não existe esse negócio de imune, só na Broadway que existia uma peça ''Pare o Mundo que eu Desço'', aqui não tem como. Nós somos parte do mundo então vamos ter uma participação nessa crise proporcional a nossa participação no mundo, que é muito pequenininha", disse o economista em evento da empresa francesa Louis Dreyfus Commodities em Santos. Mesmo com a crise, Delfim estima que o Brasil cresça cerca de 5% em 2008 e encerre o ano com inflação de 4,5%, no centro da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Ele prevê ainda que o País tenha o que chamou de "um saudável déficit em conta corrente (saldo negativo de todas as transações do País com o exterior)". No entanto, Delfim garante que essa política econômica vai ter que mudar quando a expansão mundial for reduzida. "Provavelmente nós teremos um ajuste na taxa de crescimento nas exportações, mas o importante é que conservando o crescimento, as importações vão crescer robustamente e é isso que vai acabar produzindo o equilíbrio da taxa de câmbio", completa. Câmbio A respeito do mercado de câmbio, o ex-ministro disse que o real vai se valorizar como se valorizou primeiramente porque a moeda é a contrapartida da desvalorização do dólar. "Segundo, tem uma componente estrutural muito importante que é o fato de que nós importávamos petróleo, gastávamos metade da receita de exportação com petróleo e hoje gastamos 1% e estamos caminhando para a auto-suficiência", afirmou. Outro fator que segundo ele manterá o real forte são as altas taxas de juros. "O Brasil continua o último peru disponível no mundo fora do dia de Ação de Graças: tem a maior taxa de juros, o mundo inteiro está baixando a taxa, o Brasil insiste em mantê-la e ameaça até elevá-la, o que está atraindo capital". Atualmente, a taxa básica de juros, a Selic, está em 11,25% ao ano - patamar que vem sendo mantido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) há quatro reuniões consecutivas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.