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Demanda da Argentina e quebra de safra devem ditar ritmo das exportações em 2018

A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) divulgou suas projeções para a balança comercial no ano que vem, apontando para um superávit de US$ 50,341 bilhões, queda de 23,1% em relação a este ano

Por Vinicius Neder
Atualização:

RIO – A alta das importações em 2018 será puxada pelo crescimento econômico, enquanto a demanda da Argentina e a quebra nas safras de soja e milho marcarão o comportamento das exportações, afirmou nesta quinta-feira, 14, o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.

Mais cedo, a AEB divulgou suas projeções para a balança comercial em 2018, apontando para um superávit de US$ 50,341 bilhões, queda de 23,1% em relação a este ano.

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O presidenteMichel Temer (à esquerda), ao lado dopresidente daArgentina, Mauricio Macri; demanda do país vizinho será fator preponderante para exportações brasileiras em 2018. Foto:

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A redução na produção de soja e milho esperada para 2018, após a supersafra de 2017, é o principal motivo por trás da projeção de ligeira queda nas exportações de produtos básicos. 

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Conforme as estimativas da AEB, as exportações de produtos básicos deverão registrar US$ 99,076 bilhões, uma queda de 1,5%. "Isso poderá ser ainda mais negativo, se a quebra na safra vier acompanhada de queda nos preços", afirmou Castro.

No lado da demanda da Argentina, o crescimento econômico do país vizinho, projetado em 4,0% em 2018, será o grande motor. Essa demanda será o principal impulso para a alta nas exportações de bens industrializados, projetada em 3,6% pela AEB, somando US$ 114,890 bilhões. 

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Os manufaturados deverão registrar exportações de R$ 83 bilhões, alta de 4,3% na comparação com 2017.

Ainda assim, lembrou Castro, as vendas de produtos manufaturados ao exterior voltará ao patamar de 2007. Há dez anos, as exportações de manufaturados somaram US$ 83,942 bilhões.

O presidente da AEB chamou atenção ainda para a previsão de aumento na corrente de comércio entre Brasil e Argentina. Isso porque, com a recuperação da economia nacional no ano que vem, a demanda do Brasil fará as importações vindas da Argentina crescerem. 

A balança comercial entre os dois países deverá encerrar 2017 com um superávit de US$ 8 bilhões para o Brasil, numa corrente em torno de US$ 30 bilhões.

Além disso, há uma particularidade no setor automotivo. O acordo comercial entre Brasil e Argentina fará as empresas brasileiras, necessariamente, elevarem suas compras no país vizinho. 

A AEB projeta exportações de automóveis em US$ 7,4 bilhões em 2018, alta de 12,1% em relação ao estimado para este ano. Já as importações deverão crescer 51,9%, para US$ 4,5 bilhões.

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