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Demanda de petróleo cai e pode afetar o Brasil

A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) reviu para baixo as projeções da demanda global de petróleo tanto em 2016 como em 2017, segundo a publicação Oil Market Report

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Por Redação
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A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) reviu para baixo as projeções da demanda global de petróleo tanto em 2016 como em 2017, segundo a publicação Oil Market Report. A divulgação das previsões afetou os preços da commodity nos mercados globais, em torno dos US$ 44 o barril para o tipo WTI (West Texas Intermediate) e US$ 46 o barril para o Brent. Poderá, ainda, impor pressão sobre a Petrobrás, que em processo de recuperação produziu em média o recorde de 2,22 milhões de barris/dia em agosto e é favorecida pela valorização do óleo bruto. A China e a Índia são as grandes responsáveis pelo enfraquecimento da demanda, da ordem de 100 mil barris/dia neste ano e de 200 mil barris/dia em 2017. “A oferta continuará a superar a demanda pelo menos até a primeira metade do ano que vem”, segundo a IEA. Será preciso esperar mais tempo até que haja equilíbrio entre a oferta e a demanda, diz a agência. Nos últimos dois anos, os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) decidiram inundar o mercado. Provocaram a queda dos preços do óleo negociados no mercado futuro para menos de US$ 30 o barril e afastaram do mercado muitos produtores norte-americanos de shale gas (gás de folhelho). As cotações do tipo Brent se recuperaram a partir de fevereiro, aproximando-se dos US$ 50 o barril entre maio e junho e mantendo-se ao redor dos US$ 45 o barril em julho e agosto. Os preços atuais do petróleo estimulam a oferta, mas, dada a produção dos países da Opep, os estoques tendem a crescer. Nos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), entidade que patrocina a IEA, os estoques aumentaram 32,5 milhões de barris em julho e atingiram 3,1 bilhões de barris, “subindo a níveis nunca vistos”, segundo a agência. Para os consumidores, petróleo e derivados mais baratos estimulam a compra de veículos, viagens e turismo, como nos Estados Unidos, dando força à recuperação econômica. Mas isso não ocorre na Europa nem na Ásia, onde o avanço da economia é mais lento. Os preços do petróleo vêm ajudando a recuperação da Petrobrás e fortalecendo a exploração nas áreas do pré-sal, cuja produção já responde por quase metade da extração total. Mas a combinação de demanda mais fraca e produção elevada poderá colocar novo desafio à Petrobrás, que tenta se recuperar dos golpes sofridos na era lulopetista.