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Demanda faz álcool hidratado disparar 5,99% em SP

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O preço do álcool hidratado disparou 5,99% nas usinas paulistas na última semana e foi negociado em média a R$ 0,6773 o litro, ante R$ 0,6390 na semana anterior, de acordo com indicador divulgado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq). Já o anidro aumentou 0,43% no mesmo período, com vendas a R$ 0,7705, em média o litro. De acordo com a equipe de pesquisadores do Cepea/Esalq, o aumento nos preços do hidratado, que abastece os veículos a álcool ou flex fuel, foi motivado pelas exportações do combustível no início desta semana, quando o preço do mercado externo remunerava mais. Já no final da última semana houve reação no mercado interno, com boa demanda pelo álcool, e, com isso, o cenário inverteu-se e o preço aqui remunerou mais. No mercado ainda é incerta qual será a demanda pelo etanol brasileiro para os Estados Unidos, que enfrentam enchentes nas regiões produtoras de milho utilizado para o combustível. O preço do grão, que já tinha disparado no país com o uso para o álcool, trouxe prejuízo para as destilarias, que operam com margens negativas, e algumas companhias norte-americanas anunciaram a suspensão dos investimentos em novas unidades. Rumores dão conta de que o governo dos Estados Unidos poderá suspender a tarifa de US$ 0,54 centavos de dólar por galão sobre o etanol brasileiro, o que criaria uma demanda extra estimada em 2 bilhões de litros só para aquele País. As previsões apontam que o Brasil deva exportar 2,5 bilhões de litros de álcool para os Estados Unidos e um total de até 5 bilhões de litros em 2008/2009. Caso as exportações de álcool disparem, a preocupação, até mesmo dentro do setor sucroalcooleiro, é com a redução da oferta no mercado interno com o aumento do preço do combustível no segundo semestre e na entressafra, a partir de dezembro, com o impacto na inflação deste ano. "Com a inflação de alimentos seria uma catástrofe uma recuperação do preço do álcool, mas é bom lembrar que eles seguem abaixo do custo e até 30% abaixo dos patamares normais", disse o usineiro Maurílio Biagi Filho, presidente do Grupo Maubiusa e conselheiro da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica).

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