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Demanda por álcool do centro-sul cresce 1 bi de litros no ano

Por INAÊ RIVERAS
Atualização:

A demanda por álcool na região centro-sul do Brasil totalizou 4,8 bilhões de litros de abril a 1o de agosto, 1 bilhão de litros a mais em comparação com o mesmo período do ano passado, informou nesta quinta-feira a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). Somente em julho o consumo foi de 1,3 bilhão de litros, 300 mil a mais do que no mesmo mês em 2006. A queda dos preços do álcool nas bombas, o aumento da frota de veículos flex e a elevação da mistura do combustível renovável na gasolina explicam o aumento da demanda, que deve permanecer alta nos próximos meses, segundo a Unica. "Demorou algum tempo para a redução do preço chegar às bombas, mas chegou. Esperamos nos próximos meses um aumento da demanda em Estados onde o álcool ainda não é tão competitivo com a gasolina", disse o presidente da Unica, Marcos Jank. Os preços do álcool hidratado caíram quase 40 por cento nas usinas desde o início da colheita de cana no centro-sul, que começa oficialmente em abril, devido aos estoques crescentes. Para algumas usinas, os preços já estão abaixo dos custos de produção. Os produtores reclamaram nos últimos meses que os postos e os distribuidores não reduziram os preços ao consumidor no mesmo nível, o que teria impedido a demanda de crescer mais cedo neste ano. A Unica prevê que a produção de etanol em 2007/08 será de 18,5 bilhões de litros, 15,4 por cento acima da produção da temporada passada. Todo o aumento na moagem da cana nesta temporada será direcionada para a produção de álcool. "Demorou 12 semanas, mas os preços finalmente caíram nos postos", afirmou o diretor-técnico da Unica, Antonio de Pádua Rodrigues. As exportações de álcool do centro-sul, entretanto, foram mais baixas neste ano, de 1,1 bilhão de litros entre abril e 1o de agosto, comparado com 1,3 bilhão de litros no mesmo período em 2006/07. A Unica afirmou que os Estados Unidos devem continuar sendo o principal mercado para os embarques de álcool do Brasil, apesar de as vendas diretas terem caído em agosto. As exportações diretas aos Estados Unidos chegaram a 330 milhões de litros até 1o de agosto, contra 484 milhões de litros no mesmo período do ano passado. Mas as vendas através do Caribe aumentaram. Os EUA impõem uma tarifa de 54 centavos por galão às importações diretas de álcool do Brasil, mas o combustível brasileiro que passa por usinas de processamento em países caribenhos como a Jamaica ou El Salvador entra no mercado norte-americano livre de tarifa, devido ao acordo comercial com nações do Caribe. "Os embarques diretos para os Estados Unidos devem cair neste ano, mas as vendas através do Caribe vão aumentar, independentemente dos preços (mais baixos)", disse Jank. As vendas para a União Européia e o Japão (etanol industrial) deve aumentar neste ano também, completou Pádua.

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