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Demanda por petróleo terá maior baixa em 27 anos, diz AIE

Segundo agência internacional, nova redução deve-se à fraca atividade econômica e alerta para protecionismo

Por Nathália Ferreira
Atualização:

Em sua mais recente revisão para baixo na demanda por petróleo, a Agência Internacional de Energia (AIE) prevê que o consumo mundial da matéria-prima (commodity) irá diminuir para 84,7 milhões de barris por dia em 2009, o que representa uma queda de 1 milhão de barris por dia, ou 1,1%, em relação a 2008 e o maior declínio anual em 27 anos. Segundo a AIE, a nova redução deve-se à fraca atividade econômica global. A agência alertou que o protecionismo comercial pode abater mais o consumo de energia. Veja também: Entenda o novo plano dos EUA para resgatar bancos Senado aprova pacote de US$ 838 bilhões por 61 votos a 37 De olho nos sintomas da crise econômica  Dicionário da crise  Lições de 29 Como o mundo reage à crise A recessão econômica nos Estados Unidos e em muitas outras nações desenvolvidas deve levar à retomada dos níveis de consumo mundial de 2006, afirmou a agência sediada em Paris em seu relatório mensal do mercado de petróleo. Em outro sinal de como a demanda está fraca, o consumo total de petróleo nos EUA, o maior consumidor mundial, deve cair para os níveis de 1998. O consumo norte-americano está projetado em 19 milhões de barris por dia, queda de 2,9% em relação a 2008, ano em que a demanda caiu mais de 5%. Boa parte da revisão para baixo na projeção da AIE foi atribuída à fraqueza nos EUA e em outros mercados desenvolvidos, mas a agência disse que a demanda em países em desenvolvimento como a China, o segundo maior consumidor mundial, não está muito melhor. A previsão de consumo chinês foi revisada em baixa em apenas 30 mil barris por dia, mas o país deve registrar crescimento na demanda de 0,7% em 2009, o menor em muitos anos. "Parece que estamos descendo uma escada rolante da qual não conseguimos sair. Até que haja uma retomada e um grau de estabilidade no lado financeiro e econômico, a fraqueza do mercado de energia ficará conosco por algum tempo", afirmou David Fyfe, que editou o relatório da AIE. Protecionismo A agência também alertou o crescente sentimento de protecionismo comercial entre alguns congressistas nos EUA e na Europa que, se convertidos em políticas, podem abater mais a atividade econômica. "Isso agravaria a desaceleração atual, adiaria a recuperação para muito além de 2010 e abateria mais a demanda global por petróleo", afirmou a AIE. As informações são da Dow Jones.

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