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Demissões aumentam no mundo,mas bancos acalmam temores

Por RAISSA KASOLOWSKY E HARRO TEN WOLDE
Atualização:

Bancos, varejistas e o setor manufatureiro, incluindo a fabricante de eletrônicos Philips, anunciaram milhares de cortes de empregos nesta segunda-feira, mas as ações do setor financeiro subiam à medida que notícias dos principais bancos ajudaram a aliviar os temores dos investidores. O anúncio de uma aquisição gigantesca de 68 bilhões de dólares da norte-americana Wyeth pela maior empresa farmacêutica do mundo, a Pfizer, também evidenciava que grandes acordos corporativos ainda podem ser feitos. Entretando, a DP World, com sede em Dubai e uma das maiores operadoras de contâineres em porto do mundo, informou que está colocando todos os projetos de expansão em revisão, que cortará custos e que congelará recrutamento devido à desaceleração do crescimento em 2009. A DP World, que opera 48 terminais marinos e 13 novos portos em desenvolvimento em 31 países por todo o mundo, registrou um aumento de 122 por cento no lucro do primeiro semestre, e informou na época que os negócios estavam em aceleração no segundo semestre à medida que o comércio de mercados emergentes abrandava um declínio econômico global. "O cenário econômico continua extremamente frágil", disse o estrategista de ações do Commerzbank Hans-Juergen Delp. O bancos europeus atingidos pela crise anunciaram prejuízos e cortes de empregos, incluindo mudanças no grupo financeiro holandês ING e um último trimestre pior o que o esperado para o maior banco francês, o BNP Paribas.= Mas as ações do britânico Barclays saltavam 60 por cento após a instituição ter informado um lucro antes de impostos projetado para 2998 de mais de 5,3 bilhões de libras (7,3 bilhões de dólares), que inclui significativas perdas contábeis de cerca de 8 bilhões de libras. A instituição também informou que teve um bom início em 2009. Já o governo norueguês foi forçado a mexer mais em suas reservas, e apresentou um pacote de estímulo fiscal de 2,87 bilhões de dólares para prevenir o aumento do desemprego, em um momento em que enfrenta um recessão. "Este é o estímulo fiscal mais ambicioso proposto em mais de 30 anos, que visa impulsionar o crescimento e o emprego", disse ao Parlamento Kristin Halvorsen, ministra das Finanças. Os bancos estão no olho do furacão da crise de crédito, que foi motivada por inadimplências em massa de empréstimos imobiliários nos Estados Unidos. O setor viu uma onda de consolidação à medida que bancos por todo o mundo entraram em colapso. O banco francês BNP Paribas previu um prejuízo líquido de cerca de 1,4 bilhão de euros para o quarto trimestre separadamente, enquanto os rivais Société Générale e o Credit Agricole responderam ao cenário de incertezas ao decidir fundir as suas divisões de gerenciamento de ativos. Em Amsterdã, a Philips registrou prejuízo líquido no quarto trimestre e informou que cortará 6 mil empregos, enquanto o grupo financeiro holandês ING revelou planos de corte de 7 mil empregados após ter registrado prejuízo de 1 bilhão de euros (1,3 bilhão de dólares) em 2008 e ter tomado empréstimos de garantia do Estado no valor de 22 bilhões de dólares. A Corus, segunda maior fabricante de aço da Europa, informou que cortará 3.500 empregos por todo o mundo, incluindo 2.500 na Grã-Bretanha, à medida que a companhia busca impulsionar o lucro operacional em mais de 200 milhões de libras por ano.

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