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Demissões na indústria paulista são as maiores em 7 anos

Por Agencia Estado
Atualização:

Pelo sexto mês consecutivo, as indústrias paulistas demitiram mais do que contrataram em outubro. De acordo com levantamento divulgado nesta terça-feira pela Federação das Indústrias no Estado de São Paulo (Fiesp), foram demitidos 8.906 trabalhadores no mês passado, o que corresponde a uma queda de 0,58% no emprego em relação a setembro. Foi o pior outubro desde o de 1995, quando o índice havia recuado 0,82% com a demissão de 10.044 pessoas. No entanto, a diretora do departamento de pesquisas e estudos econômicos da entidade, Clarice Messer, observou que a queda no nível de emprego no mês passado aponta para uma desaceleração no ritmo de demissões, observada a partir de setembro. "Dentro de um quadro ruim, algumas luzinhas estão se acendendo, e não têm nada a ver com o resultado das eleições", disse Clarice. "Temos algumas oportunidades surgindo que, em parte, são ligadas a setores exportadores e a atividades de substituição de importações, mas já percebemos uma sinalização positiva de fim de ano." Segundo ela, os sinais são mais claros nas áreas alimentícia e de bebidas, que vinham demitindo desde o início do ano. Na indústria de massas alimentícias e biscoitos, por exemplo, o nível de emprego teve alta de 0,54% em outubro, depois de acumular queda de 14,6% no ano. No segmento de congelados e supercongelados, que acumulou queda de 3,1% desde janeiro, o índice registrou ligeira alta de 0,09% no mês passado. Nas fabricas de aparelhos eletroeletrônicos, o nível de emprego apresentou queda de 0,82% nos dez primeiros meses do ano porém teve alta de 0,31% em outubro. Em alguns setores que já vinham recuperando o nível de emprego, as contratações continuaram em outubro. Entre os fabricantes de doces e conservas, o índice cresceu 1,3% em outubro e acumulou alta de 23,5% no ano. No setor de bebidas, o índice está positivo em 3,07% (alta de 0,27% em outubro). Em Franca, o nível de emprego nas fábricas de calçados subiu 2,51% no mês passado. Clarice disse que as empresas do setor estão confiantes de que boa parte do 13º salário deverá ser destinado ao consumo. Mas fez questão de frisar que, depois de dezembro, a situação do emprego continuará precária. "As atividades do Natal não deverão se perpetuar." Para ela, uma recuperação do emprego só deverá ocorrer a partir de julho do próximo ano. Na sua avaliação, as indústrias tendem a demitir mais 9 mil pessoas nos dois últimos meses do ano. De janeiro a outubro, já foram eliminados 60.618 empregos, mais do em 1999, ano da desvalorização do real. Ao longo de 1999, haviam sido fechadas 59.106 vagas nas indústrias paulistas. Dos 47 sindicatos patronais pesquisados pela Fiesp, 19 demitiram no mês passado, enquanto 17 contrataram e 11 mantiveram o quadro de pessoal estável. As demissões foram mais intensas nos setores de relojoaria (-3,42%), artefatos de borracha (-2,79%) e azeite e óleos alimentícios (-1,92%).

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