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Dependência do insumo é alta e preocupa

Por Tania Rabello
Atualização:

A forte demanda por parte dos principais países produtores, sobretudo a China e agora os Estados Unidos e países do Hemisfério Norte, que estão plantando a safra, deve manter em alta os preços dos fertilizantes. Este ano, o produtor brasileiro não se abalou como em outros anos com o impacto da alta do insumo, já que está capitalizado e até antecipou compras, muitas delas à vista. Em Mato Grosso, por exemplo, 80% do total de fertilizantes necessários para a safra de verão já haviam sido adquiridos até o mês passado. Escaldado, o agricultor sabe que os mesmos bons preços das commodities agrícolas fazem com que a indústria de fertilizantes cobre mais caro pelo seu produto, que representa em média 40% do custo de produção. Mas não é só a alta deste tipo de insumo que preocupa a longo prazo. A expressiva dependência brasileira para ingredientes como potássio - mercado dominado pelos russos - e fósforo pode ser importante obstáculo para que o Brasil se torne o celeiro do mundo no futuro, como várias lideranças agrícolas costumam alardear. Segundo a Associação dos Misturadores de Adubos do Brasil (AMA Brasil), nem daqui a dez anos o Brasil será autossuficiente em adubos, já que os investimentos para prospectar e explorar novas jazidas são enormes e demandam um longo tempo. Tempo escasso, já que, ainda conforme a AMA Brasil, a demanda vem crescendo acima da oferta. No que diz respeito ao potássio, o mineral do qual o País mais depende, por exemplo, há uma importante jazida em território nacional: na Amazônia, onde, além das dificuldades logísticas de exploração, as ambientais falariam mais alto. / COLABOROU CÉLIA FROUFE

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