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Depois da forte aceleração de preços, investimento em imóvel exige pesquisa

Preços devem subir em ritmo menor em 2013, com reajuste entre 5% e 10%, segundo estimativas do Secovi-SP; neste ano, alta deve ser de 8%

Por LUIZ GUILHERME GERBELLI
Atualização:

O mercado de imóveis em São Paulo vive a sua terceira fase em dez anos. Depois de registrar até um leve recuo nos preços em alguns locais entre 2002 e 2008, seguido por um forte aumento de 2009 a 2011, o mercado enfrenta uma certa estabilização de preços em 2012, o que também deve ocorrer no próximo ano. A estimativa do Secovi-SP é que o valor do metro quadrado dos imóveis novos cresça 8% este ano. Para 2013, a alta deve ficar entre 5% e 10%. O menor reajuste deve fazer com que o investidor disposto a aplicar em imóveis redobre a atenção, sobretudo nesse cenário de juros mais baixos em que o leque de opções de investimentos tende a ser ampliado. Hoje, segundo o Secovi, a quantidade de estoques residenciais novos na cidade de São Paulo está em 17.406 - entre 15 mil e 20 mil é considerado um ponto de equilíbrio. No auge, em 2010, o estoque chegou a baixar para menos de 10 mil."Se não acontecer nada de anormal, a gente acredita que o forte aumento que tivemos não só em São Paulo, mas em todo o Brasil, tenha passado", disse o economista-chefe do Secovi, Celso Petrucci, para quem o investimento em imóvel ainda é vantajoso.O aumento na venda de imóveis foi impulsionado nos últimos anos pela redução da taxa de juros, aumento da massa real de salário e o baixo desemprego. Em outubro, somente para pessoa física, o crédito imobiliário chegou a R$ 263,2 bilhões, segundo o Banco Central (BC). Em janeiro, estava em R$ 205 bilhões. "Até 2005, praticamente não havia mercado de financiamento imobiliário no País. A expansão dos financiamentos contribuiu para que aumentasse a procura", disse Alexandre Chaia, professor de finanças da escola de negócios Insper.Na avaliação dele, o crescimento no preço será num ritmo mais lento, mas sem o risco de uma queda, sobretudo por causa do déficit habitacional que o País ainda enfrenta. Ele orienta que é mais vantajoso comprar um apartamento ainda na planta. "O investidor acaba conseguindo um preço mais barato porque está, de alguma forma, entrando no risco da construtora."Riscos. No momento do investimento, o aplicador também deve levar em conta a tributação, seja para venda do imóvel ou para renda com aluguel. Além disso, imóveis têm baixa liquidez (ou seja: é difícil transformá-los rapidamente em dinheiro). Detalhes podem fazer a diferença na escolha por um investimento imobiliário. É preciso conhecer a área, saber se há projetos de infraestrutura, como a chegada de uma estação de metrô, que possam valorizar a região. Uma alternativa é a consulta ao Plano Diretor - que fixa regras para o desenvolvimento da cidade. "Um dos segredos é conhecer a área e o mercado imobiliário da região", disse Mauro Calil, educador financeiro. Para ele, a compra de um imóvel como investimento é mais recomendada para quem já tem patrimônio consolidado. Para os que ainda buscam construí-lo, os fundos imobiliários podem ser uma opção melhor.

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