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Depois da quebra de acordo, usineiros querem estoques

Hoje, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) proíbe a formação de estoque por parte das usinas sob a alegação de que isso configuraria um tipo de cartel

Por Agencia Estado
Atualização:

Como forma de equilibrar a oferta e demanda do combustível durante o ano todo, o assessor da presidência da União da Agroindústria Canavieira (Unica), Onório Kitayama, defendeu, nesta quinta-feira, a criação de um mecanismo de financiamento ou de formação de estoques de álcool por parte do governo federal. "Um mercado em que há oferta durante seis meses e procura durante 12 meses tende a ter alta volatilidade, ora com o preço ficando abaixo do ideal para remunerar o produtor, ora ficando acima do que o consumidor pretende pagar por ele", argumentou o assessor durante o Fórum Regional de Integração Energética da América Latina e do Caribe. Segundo ele, o mecanismo de financiamento já estaria sendo estudado pelo governo em parceria com o setor. Hoje, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) proíbe a formação de estoque por parte das usinas sob a alegação de que isso configuraria um tipo de cartel. Ideal Para Kitayama, o ideal seria que fossem estocados ou financiados anualmente em torno de 5 bilhões de litros do total de 16 bilhões que são produzidos numa safra. O custo desse financiamento, segundo ele avalia, deveria ser de R$ 0,70 por litro, para que o preço para o produtor se mantivesse na casa de R$ 1 por litro durante todo o ano. Ele comentou ainda que o fato de algumas usinas já anteciparem sua safra para produzir em torno de 850 milhões de litros até o dia 1º de maio possibilitará que os preços pagos ao produtor voltem ao patamar de R$ 1 por litro na safra. "Mas não dá mais para esperar que o valor retorne aos R$ 0,60 verificados no ano passado", disse, lembrando que a adição de corante ao álcool anidro em janeiro legalizou o combustível clandestino que estava em circulação, elevando o patamar de seus preços. Quebra A Unica quebrou, no dia 11 de janeiro, acordo feito com o governo federal que fixava o preço litro do álcool, nas usinas, em R$ 1,05. A reunião também havia definido a garantia do abastecimento interno e dos compromissos internacionais já firmados; e a antecipação, se necessário, do início da moagem da cana-de-açúcar para o mês de março. Mesmo com o compromisso, a escassez do produto durante a entressafra e o aumento da demanda por conta do crescimento das vendas de carros bicombustíveis fizeram com que o valor cobrado pelo litro não ficasse estável. O preço médio do álcool hidratado nas usinas ficou em R$ 1,0642 em fevereiro, recorde histórico de acordo com levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada de Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Cepea/Esalq). Em último levantamento feito pela Agência Nacional de Petróleo, para o consumidor, o litro custava, em média, R$ 1,785.

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