PUBLICIDADE

Depois de 3 meses, contratação supera demissão no País

Em fevereiro, saldo foi positivo em 9,2 mil vagas; setor de serviços compensou perda de postos na indústria

Por Gerusa Marques
Atualização:

Após três meses seguidos de redução no emprego formal, o mercado de trabalho voltou a ter saldo positivo. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em fevereiro, foram criadas 9.179 vagas com carteira assinada. "O saldo é pequeno, mas é positivo", disse o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que no dia anterior havia previsto que o total chegaria a 20 mil novas vagas. Apesar de positivo, foi o pior resultado em um mês de fevereiro desde 1999, quando foram eliminadas 78 mil vagas. O resultado ainda nem de longe recupera a perda de 797 mil postos formais de trabalho ocorrida entre novembro e janeiro, mas deixou Lupi otimista. Ele disse esperar para março um salto na geração de empregos para 100 mil vagas. Reiterou, ainda, a previsão de que em todo o ano a economia vai gerar 1,5 milhão de postos de trabalho. Setores mais cautelosos do governo não ousam fazer estimativas, mas veem nos dados de fevereiro o início de uma reversão da tendência de pioria do mercado de trabalho. O desempenho do mês passado foi puxado principalmente pelo setor de serviços, que gerou 57.518 empregos formais. Escolas, hotéis e restaurantes foram os segmentos que mais se destacaram, incentivados pelo início do período letivo e pelo carnaval. Lupi admitiu que nesses segmentos há um fator sazonal, mas avaliou que há um movimento de redução no fechamento de vagas. "Está havendo há dois meses consecutivos uma diminuição no número de demissões e um aumento nas contratações", afirmou. Pelos dados do Caged, o total de contratações passou de 1,216 milhão em janeiro para 1,233 milhão em fevereiro. As demissões caíram de 1,318 milhão para 1,224 milhão. A administração pública aparece em segundo lugar no ranking de geração de emprego, com 14.491 vagas abertas, especialmente pela realização de concursos, explicou Lupi. Em terceiro lugar, aparece a construção civil, com 2.842 postos, seguida pela agricultura, com 957 vagas. A indústria de transformação continua apresentando dados negativos. Incluindo o segmento automotivo, foi o setor que mais fechou vagas em fevereiro, com uma redução de 56.456 postos de trabalho. O comércio também reduziu o nível de emprego, com corte de 10.275 vagas. "O que poderia vir de pior na área do emprego já aconteceu", garantiu Lupi, acrescentando que houve recuperação nos principais Estados, citando o Rio de Janeiro, que teve saldo positivo, e São Paulo e Minas Gerais, onde houve estabilização. Os três Estados concentram 60% dos postos de trabalho no País. CARROS NOVOS Em São Paulo, o saldo de fevereiro foi de apenas 95 vagas fechadas, o que, na opinião de Lupi, mostra que a situação no Estado se estabilizou. "A partir de março, São Paulo será a alavanca do crescimento do emprego no Brasil", disse. Lupi acrescentou que em alguns segmentos já há fila de espera de 45 dias para a compra de carros. NÚMEROS 1,233 milhão de vagas foram abertas em fevereiro e 1,224 milhão foram fechadas 797 mil empregos foram perdidos no País entre novembro de janeiro Mais informações, pág. B3

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.