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Depois de cinco dias de alta, dólar cai mais de 2%

Cenário externo e a oferta de ações da BM&F mexem com o mercado nesta quarta. Bovespa sobe mais de 3%

Por Agência Estado
Atualização:

A expectativa com a entrada de dólares de estrangeiros que vão participar da oferta pública de ações (IPO) da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) está derrubando as cotações da moeda norte-americana na manhã desta quarta-feira. Às 13h, o dólar é cotado a R$ 1,7980, em baixa de 2,07%.   Veja também: Entenda a operação da BM&F    O mercado financeiro nesta Quarta reduz a alta acumulada pelo dólar nos últimos cinco dias, quando a moeda norte-americana subiu impulsionada pelo temor com o cenário externo. A crise do mercado imobiliário norte-americano de risco (subprime) aumentou a aversão ao risco por parte dos investidores, pois o medo de uma recessão nos Estados Unidos ficou mais forte.   A queda do dólar nesta quarta também acompanha a melhora das bolsas nos EUA. A Dow Jones - bolsa que negocia as ações mais negociadas em Nova York - sobe 1,19%. A Nasdaq - bolsa que negocia ações do setor de tecnologia e internet - tem valorização de 1,42%, às 13h11.   Os investidores animaram-se com as declarações do vice-presidente do Fed (banco central americano), Donald Kohn. Ele disse que a turbulência financeira recente desfez parte do progresso visto nos mercados nas semanas anteriores e repetiu a necessidade de uma política monetária "ágil" para lidar com os riscos econômicos.   Os comentários sugerem que novas reduções das taxas de juros não estão descartadas, mesmo que os dirigentes do Fed tenham adotado uma visão neutra sobre crescimento e riscos inflacionários na sua última reunião. Ou seja, se houver risco de recessão, a autoridade monetária está disposta a agir reduzindo o juro.   Kohn afirmou ainda que os negócios não financeiros continuam em situação "muito boa" e que fora do mercado imobiliário, "as famílias estão cumprindo suas obrigações com, até agora, apenas um pequeno aumento nas taxas de inadimplência, que geralmente ficam em baixos níveis".   BM&F   Com a demanda superando em cerca de dez vezes a oferta e chegando perto de R$ 50 bilhões, o período de reserva de ações na oferta pública inicial (IPO, pelas iniciais em inglês) da Bolsa de Mercadorias & Futuros encerrou-se na terça-feira. A procura por investidores foi tão intensa quanto a das ações ofertadas no IPO da Bovespa em outubro, quando também a procura foi dez vez maior do que a oferta. O preço da ação da BM&F será definido hoje. As ações estréiam no pregão da Bovespa na sexta-feira.   O valor de referência por ação sugerido no prospecto vai de R$ 18 a R$ 20. Considerando que o preço definido para distribuição das 260.160.736 ações ofertadas seja o máximo, como ocorreu no IPO da Bovespa, a abertura de capital da BM&F vai arrecadar R$ 5,203 bilhões. Além desse volume, pode ser distribuído o lote suplementar de 39.024.120 ações, o que somaria mais R$ 780 milhões, elevando o valor da operação para R$ 5,983 bilhões. Com isso, o valor se aproxima ao obtido pelo IPO da Bovespa, de R$ 6,625 bilhões. No mercado, ontem, a maior parte dos operadores comentava que a ação deve sair pelo preço máximo de R$ 20. Alguns analistas, no entanto, não descartavam a hipótese de o preço fixado para a distribuição ser reajustado e chegar a R$ 21. Nessa hipótese, o valor do negócio poderia ir a R$ 6,282 bilhões.

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