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Depósitos de argentinos não serão devolvidos em dólar

Por Agencia Estado
Atualização:

O mercado inicia a semana carregando o peso da verdade assumida pelo governo argentino: o presidente Eduardo Duhalde não cumprirá sua promessa de devolver os congelados depósitos na moeda em que foram feitos. Os US$ 46,464 bilhões de dólares da população em mãos do sistema financeiro serão devolvidos em pesos. A pesificação total da economia será acelerada deixando para trás, de uma vez por todas, qualquer possibilidade de uma dolarização, caminho que até dois meses atrás parecia ser uma direção "natural" para os argentinos. Depois da desvalorização, esta será a decisão mais importante e de maior impacto de Eduardo Duhalde porque abre uma brecha para equilibrar o sistema financeiro. Assim como os depósitos, os créditos dolarizados também serão pesificados. "Quem depositou dólares receberá dólares". Esta promessa feita pelo presidente no dia em que assumiu o governo estava fadada ao descumprimento e o mercado já o sabia, enquanto que a população desconfiava. A certeza veio neste fim de semana, pelas agências argentinas de notícias. Ao ser perguntado se poderia cumprir a promessa relacionada aos depósitos, Duhalde respondeu: "Creio que vamos fazê-lo mantendo o valor aquisitivo dos mesmos, já que a nota não está... O que sim há que manter é o valor aquisitivo do dinheiro das pessoas..." O governo ainda não anunciou a medida oficialmente, nem quando passaria a vigorar, mas estima-se que, a partir da próxima quarta-feira, comece a vigorar a mudança no "corralito", que impõe a pesificação a 1,40 peso por dólar com uma indexação calculada sobre a média da inflação dos últimos 12 meses, como no modelo chileno. A mesma fórmula seria aplicada também às tarifas dos serviços públicos. Embora os depósitos sejam pesificados, a equipe econômica manterá o "corralito" sem nenhuma flexibilização por pelo menos três meses para evitar uma disparada do dólar flutuante. Leia o especial

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