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Deputados pedem prisão dos culpados pela fraude na WorldCom

Por Agencia Estado
Atualização:

Os deputados norte-americanos abriram a audiência sobre a possível fraude nos balanços da WorldCom Inc. pedindo punições severas, incluindo prisões, se tiver ocorrido crime na companhia de telecomunicações. O chairman da SEC (comissão de valores mobiliários dos EUA), Harvey Pitt, também foi criticado por alguns congressistas, que pediram sua renúncia. A WorldCom chocou os investidores no fim de junho ao anunciar o registro de US$ 3,8 bilhões em despesas na conta de investimentos desde 2001, fazendo com que a SEC rapidamente processasse a companhia por fraude. "Parece que os altos executivos da WorldCom deliberadamente esconderam quase US$ 4 bilhões em despesas, disfarçando seu desempenho real para manter os lucros em linha com as estimativas dos analistas", disse o chairman do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Deputados, Michael Oxley, no começo da audiência. As ações da WorldCom despencaram, sendo negociadas em centavos de dólar, e a empresa demitiu milhares de empregados, destacou Oxley. Se os executivos da WorldCom estiveram envolvidos em crime, ele disse, as punições "devem ser severas, e isso pode significar algum tempo em prisão federal." Os deputados democratas também pediram fortes sanções para os infratores. Eles disseram que as reformas precisam criar uma supervisão rígida e independente sobre as práticas de contabilidade, assegurar auditoria independente e eliminar conflitos de interesse para os analistas de Wall Street. Alguns republicanos se juntaram aos democratas para questionar se o chairman da SEC, Harvey, Pitt, que se opôs a algumas reformas propostas, deve ficar no cargo. Spencer Bachus disse que "agora há dúvidas" sobre se Pitt "é a pessoa certa para ser o chairman da SEC." Pitt pode ter muitos conflitos para ser um líder eficiente na SEC, sugeriu Bachus. "Nós precisamos ter alguém à frente daquela agência que não se recuse" a votar assuntos polêmicos, disse Bachus. "Nada a esconder" Bernard Ebbers, ex-executivo-chefe da WorldCom, compareceu hoje a uma audiência de investigação da Câmara dos EUA, mas recusou-se a depor sobre as fraudes contábeis de que a companhia é acusada. Ele invocou a 5ª Emenda da Constituição norte-americana, segundo a qual ninguém pode ser obrigado a prestar um testemunho em que possa incriminar a si mesmo. Ebbers fez apenas uma pequena declaração, dizendo que não tem "nada a esconder" e que foi aconselhado por seu advogado a invocar a 5ª Emenda. Depois dessa declaração, ele não respondeu a mais nenhuma pergunta. O deputado Max Sandlin (Partido Democrata-Texas) declarou que, por ter feito uma declaração, Ebbers implicitamente abriu mão de seus direitos conforme a 5ª Emenda e deveria ser acusado de desrespeito ao Legislativo. O presidente do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara, deputado Michael Oaxley (Partido Republicano-Ohio), tentou sem sucesso dispensar Ebbers de comparecer à audiência de hoje.

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