Os deputados que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os serviços prestados pela empresa Serasa querem apoio do governo para evitar que a CPI termine em mais uma pizza. Um grupo de representantes da Comissão esteve reunido hoje com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, para tentar convencer o ministro da necessidade de participação do governo na implementação das medidas que serão propostas pela CPI. "Sem a participação e ação do governo nada vai para frente", admitiu o presidente da Comissão, deputado Fernando Giacobo (PPS-PR). Na avaliação dos deputados, a Serasa precisa ser investigada por algum órgão governamental. A empresa presta serviços aos bancos no País, fazendo um cadastro de pessoas e empresas inadimplentes. Na avaliação de Giacobo, algumas informações prestadas pela Serasa têm caráter privado, e portanto, a empresa não poderia repassá-las às instituições financeiras. "A entrada na vida particular do cidadão é invasão de privacidade e a legislação proíbe isso", argumenta Giacobo. A CPI da Serasa já se arrasta há alguns meses na Câmara e ainda não conseguiu chamar atenção do público e nem mesmo do governo. "Nós queremos que o governo saiba o que estamos fazendo para colocar o relatório em prática", reconheceu o presidente da CPI. Segundo relato de Giacobo, Palocci teria concordado e liberar um funcionário do Ministério para acompanhar a elaboração do relatório da Comissão. Não houve, entretanto, compromisso firmado de fiscalização efetiva dos trabalhos de empresas do gênero da Serasa por parte de órgãos do governo.