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Desaceleração da economia chinesa não assusta mercados

A expectativa é que as autoridades chinesas não vão alterar a sua política monetária no curto prazo

Por Agencia Estado
Atualização:

A desaceleração do crescimento econômico da China no terceiro trimestre deste ano para 10,4% - ante os 11,3% registrados no trimestre anterior - foi recebida com tranqüilidade pelos mercados internacionais. Apesar do ritmo de atividade continuar num patamar muito forte, a expectativa é que as autoridades chinesas não vão alterar a sua política monetária no curto prazo. Os estrategistas do HSBC afirmaram que a principal surpresa nos números divulgados nesta quinta-feira foi o crescimento muito mais lento nos investimentos em ativos fixos, que nas áreas urbanas caíram 24,2% em relação ao terceiro trimestre do ano passado. Mas uma reunião do Conselho de Estado realizada na quarta-feira determinou que ainda é muito cedo para se concluir que a desaceleração nos investimentos já se transformou numa tendência. "Com isso, limitações ao crédito vão continuar em vigor para o resto do ano", afirmaram os analistas do banco britânico. "Isso significa que não haverá mudanças na atual política de aperto monetário, com as autoridades preferindo ver novos indicadores para balizar suas futuras decisões." Eles observaram que declínios no crescimento de investimento precisam ser encarados com cautela pois o impacto de medidas administrativas tendem a ter vida curta. Bem Simpfendorfer, analista do Royal Bank of Scotland, observou que os números divulgados nesta quinta não revelam que o ritmo de atividade voltou a se acelerar mais para o final do terceiro trimestre, principalmente por causa de um crescimento nas exportações chineses. Entretanto, ele também vê como positiva a queda no ritmo de investimentos. "Nossa previsão é que o PIB deverá se estabilizar em 9% nos próximos quatro trimestres, embora os últimos três meses deste ano poderão surpreender para cima por causa das exportações", disse Simpfendorfer. "Não esperamos mudanças na principal taxa de juros neste ano por causa da queda no investimento, mas prevemos uma alta de 50 pontos-base na taxa de depósito compulsório ainda em 2006 por causa do alargamento do superávit comercial." Isso, segundo ele, deveria ser visto como "manutenção geral feita pelo BC para prevenir que o superávit comercial injete excessiva liquidez no sistema". A inflação, que em setembro foi de 1,5%, está numa rota de ascensão, mas ainda não representa um risco, acrescentou o analista.

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