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Desaceleração da economia é 'temporária', diz Levy

Em seminário em Londres, ministro da Fazenda afirmou esperar reversão no sentimento econômico no Brasil nos próximos meses; segundo ele, melhora vai incentivar investimento privado

Por Fernando Nakagawa
Atualização:
Joaquim Levy defendeu a redulção de riscos para incentivar o investimento Foto: André Dusek/Estadão

Atualizada às 11h45

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LONDRES - Para o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, a economia brasileira voltará a crescer em breve. Em seminário da Bolsa de Valores de Londres, o ministro explicou aos presentes que espera uma reversão no sentimento econômico "nos próximos meses" no Brasil. "A desaceleração da economia é temporária em parte pela incerteza. E a confiança começa a estabilizar com uma política mais clara da atual administração", afirmou.

O ministro comentou que a melhora das condições econômicas vai permitir o aumento dos investimentos privados, o que será positivo também para o lado da oferta. "Se você reduz o risco governamental, você tem mais espaço para risco privado", disse. "Isso também é crucial para amortecer qualquer pressão inflacionária da taxa de câmbio." 

O Brasil vem mudando condições da economia para reduzir riscos e, assim, abrir espaço para o capital privado, segundo Levy. "Reduzir riscos agregados é essencial para motivar as pessoas a tomarem riscos idiossincráticos. Isso significa investimentos", disse.

Ele voltou a defender o processo de ajuste fiscal, mas afirmou que ele levará algum um tempo. Por isso, ele pede paciência aos investidores. "Eu acho que nós temos um plano forte. Tenham paciência conosco porque estamos em um processo de ajuste, mas estou confiante de que vamos ver os resultados de tudo isso no próximo ano", disse Levy.

Levy afirmou ainda que o Brasil está em "muito boa forma para começar esse novo ciclo de crescimento" após o boom das commodities. Entre as condições propícias à volta à expansão econômica, o ministro disse que o País será mais "aberto".

"Nós vamos estar mais abertos em muitos aspectos da economia e mais competitivos", disse, ao comentar que o governo tem trabalhado para melhorar as condições da economia e também para aproveitar as vantagens competitivas do País.

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Entre as ações para criar essas condições, o ministro da Fazenda citou a reversão das medidas anticíclicas adotadas pelo governo ao longo dos últimos anos. "Como a presidente Dilma Rousseff disse várias vezes, as políticas dos últimos anos foram exauridas e precisamos de um novo curso", afirmou.

Gastos públicos. Reduzir o nível dos gastos públicos para o visto em 2013 é "a chave" do ajuste fiscal adotado pelo atual governo, segundo Levy. Com a melhora do resultado fiscal, completa, será possível melhorar a situação da dívida pública.

"A chave do ajuste fiscal é levar os gastos discricionários para níveis antigos, basicamente para o nível de 2013, e reverter incentivos tributários", disse ao comentar alguns incentivos que foram revertidos, como contribuições de empregadores e a contribuição paga na compra de combustíveis, a Cide. "Não estamos criando novas taxas, mas isso vai nos ajudar a fazer primário de 1,2% do Produto Interno Bruto e estabilizar o nível da dívida".

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