O déficit da Previdência, estimado em R$ 38 bilhões este ano, a primeira queda em três anos, voltará a subir para R$ 40 bilhões em 2009 por causa da desaceleração da economia, que deve afetar o mercado formal de trabalho. A previsão é do secretário de Políticas de Previdência Social, Helmut Schwarzer.Ainda assim, o valor ficará abaixo do maior déficit anual, em 2007, de R$ 44,8 bilhões. Neste ano, o déficit vem caindo sistematicamente, num reflexo combinado de receitas em alta e despesas sob controle. Em outubro, o saldo negativo das contas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foi de R$ 1,9 bilhão, o menor valor mensal nos últimos dois anos e 33,9% mais baixo que o de outubro de 2007. De janeiro a outubro, o déficit soma R$ 34,5 bilhões, 17,6% menor que o de igual período de 2007. "Caminhamos para que este ano a Previdência tenha, pela primeira vez, um déficit anual menor que o do ano anterior", disse Schwarzer. Na comparação com o Produto Interno Bruto (PIB), o déficit deve fechar o ano em torno de 1,5%, ante 1,75% no fim de 2007. A arrecadação previdenciária cresceu 9,4% de janeiro a outubro, ante os mesmos meses de 2007, por causa das contratações de empregados com carteira assinada pelas empresas privadas. As contribuições de patrões e empregados representam 70% das receitas do INSS. Já os pagamentos dos mais de 22 milhões de aposentadorias, pensões e auxílios subiram apenas 2,4% nos dez meses deste ano, ante 2007. O maior controle das despesas é explicado pelas regras mais rígidas de concessões e renovações de benefícios temporários, como os auxílios-doença. O estoque de auxílios-doença pagos pelo INSS, que em outubro de 2007 estava em 1,4 milhão de benefícios, caiu para 1,3 milhão no mês passado.