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Desafios das cadeias de produção e suas empresas na crise atual

A pandemia do coronavírus desestabilizou vários pêndulos consolidados com a queda abrupta na demanda

Por Paulo Resende
Atualização:

Determinados eventos conjunturais têm força suficiente para abalar as estruturas das cadeias de produção e suprimentos, com resultados muitas vezes difíceis de se prever. Essas cadeias possuem engrenagens que respondem a dinâmicas de demanda e oferta, cuja eficiência e produtividade dependem de muita estabilidade nos ciclos de respostas ao mercado. 

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A pandemia do coronavírus desestabilizou vários pêndulos consolidados com a queda abrupta na demanda, e consequentes reações nos processos produtivos e logísticos. Portanto, agora o maior desafio das empresas é uma gestão focada não em um contexto “do hoje” versus “o amanhã”, mas parte de um continuum, onde as ações se desdobram e geram novas ações que, em última instância, configurarão as empresas no futuro. A hora é de empregar o conceito dos 3 R’s – Risco, Retomada e Realinhamento (conceito de autoria própria).

As ações ligadas ao Risco têm naturalmente efeitos de curto prazo e se destacam pela natureza de redução de custos em resposta a quedas nas receitas. Não obstante, outras devem ser incorporadas como o redirecionamento de recursos para processos que consolidam a entrega de valor aos clientes, a rigorosa análise das características de demanda e, muito importante, a construção de movimentos colaborativos entre clientes e fornecedores.

No médio prazo, as empresas serão desafiadas à Retomada, quando estruturas e processos mantidos no contexto do Risco serão de grande utilidade na re-aceleração. Adicionalmente, ações ligadas à manutenção de bases de fornecedores-chave, recontratações de recursos humanos de alta especialização, adequação da capacidade das linhas de produção e construção de fluidez nos canais de distribuição serão fundamentais. 

No longo prazo, teremos o contexto do Realinhamento, onde paradigmas do passado já não servirão mais, e novos propósitos resultarão das lições da crise atual. Aí novas questões deverão ser respondidas pelas estratégias e ações, tais como aquelas ligadas ao propósito da empresa, o que significará lucro consciente, qual a inserção socioambiental das cadeias produtivas e de suprimento, enfim, o que as empresas vão querer significar depois da atual derrota.

O conceito dos 3 R’s aponta para uma gestão onde o futuro é desenhado agora, apesar do momento onde os caminhos mais fáceis são a utilização das fórmulas do passado. É preciso, apesar de todas as dificuldades, entender que já não existirão “empresas perfeitas e incólumes”. 

O que existirá a partir de agora é a empresa absolutamente integrada a um mundo que se cansou dos super-heróis e suas façanhas modernas. 

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*PHD, COORDENADOR DO NÚCLEO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DA FUNDAÇÃO DOM CABRAL E COORDENADOR DO NÚCLEO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA DA FUNDAÇÃO DOM CABRAL

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