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Desconfiança na economia e seus reflexos na política

Por Marco Antonio Carvalho Teixeira e Gustavo Andrey Fernandes
Atualização:

 A confiança é um dos principais combustíveis do crescimento econômico e, também, a base de sustentação do prestígio de qualquer governo. Por exemplo, ao confiar na melhoria do desempenho econômico, diminui-se a sensação de risco. De um lado, o empresário se expõe mais, ampliando os seus investimentos - o resultado é mais fábricas, mais empregos. De outro, o consumidor vai às compras, certo de que o aumento da renda esperado permitirá honrar suas aquisições.

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A demanda se aquece, a oferta é ampliada e assim, com a expansão econômica, aumentam as chances de vitória da situação.

O oposto, também é verdadeiro. Os atuais indicadores mostram que as recentes idas e vindas do governo federal vêm diminuindo gradativamente a confiança dos agentes econômicos. 

Dito isso, os reflexos políticos de um ambiente econômico ruim ficam evidentes quando se analisa o prestígio do governo Dilma. Em fevereiro, ela tinha 41% de ótimo/bom na pesquisa Datafolha. Em maio, o mesmo indicador declinou para 35%. Paralelo a isso, os índices de confiança da indústria, do comércio e da construção, divulgados pela FGV/Ibre, também se deterioram. Para o brasileiro, portanto, não é hora de comprar, não é hora de investir. 

Não por acaso, na tentativa de reverter esse quadro, Dilma vem se movimentando no sentido de requalificar sua relação com o setor empresarial e anunciar medidas que possam reverter a deterioração das expectativas e, com isso, retomar os índices de aprovação que permitam retomar a confiança nos seus planos de reeleição. 

* SÃO PROFESSORES DO DEPARTAMENTO DE GESTÃO PÚBLICA DA FGV-SP

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