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Desconto em folha pode reduzir juro pela metade, prevê Acrefi

Por Agencia Estado
Atualização:

Representantes de financeiras, companhias abertas e comércio receberam de maneira positiva a proposta do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Luiz Marinho, de permitir aos bancos o desconto em folha das parcelas de empréstimos às pessoas físicas. O vice-presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), José Arthur Lemos de Assunção, diz que o débito em conta já é praticado principalmente em empresas públicas e que os juros caem pela metade. Para se ter uma idéia, os juros para o crédito pessoal nas lojas estão, em média, a 10% ao mês e para os funcionários públicos com desconto em folha de pagamento caem para 4,5% ao mês. O presidente da Associação, Ricardo Malcon, observa que o desconto em folha traz para as financeiras a vantagem de uma redução da inadimplência, o que possibilita a prática de juros menores. Malcon observa, no entanto, que, no caso de funcionários públicos, existem governos estaduais e prefeituras que proíbem a prática do desconto dos empréstimos em folha. O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, já declarou que marcará uma reunião com instituições financeiras na próxima semana para discutir a proposta apresentada pela CUT. Malcon acredita que um decreto presidencial poderia normatizar o desconto em folha de pagamentos dos funcionários públicos em todo o País. O presidente da Acrefi declara também que essa prática só é possível para empréstimos de longo prazo - para funcionários públicos - com estabilidade de emprego. No caso de grandes empresas privadas, essa prática existe em alguns casos. Possibilidade em empresas privadas O presidente da Associação Brasileira de Companhias Abertas (Abrasca), Alfried Plöger, afirma que algumas grandes empresas fazem convênio com bancos e financeiras para desconto em folha de pagamentos e os juros são mesmo menores que a média de mercado devido ao menor risco de atraso nos pagamentos. Ele observa, no entanto, que esses empréstimos são de curto prazo, pois não se pode garantir a empregabilidade no setor privado a longo prazo. O diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo, observa que o desconto em folha de pagamentos já é praticado em algumas organizações ?principalmente do setor público- mas não resolve a questão macroeconômica de redução nos "spreads" (diferença entre as taxas de juros de captação e empréstimo) para todas as operações do mercado financeiro. Luiz Cláudio Marcolino, secretário-geral do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, entende que a proposta da CUT é "positiva" e deveria abranger não só o crédito pessoal, mas convênios entre bancos e empresas para desconto da quitação do cheque especial na folha de pagamentos.

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