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Desembolsos do BNDES crescem 24% em 2007 e batem recorde

Liberação de recursos pelo banco soma R$ 64,9 bilhões no ano passado, com destaque para a indústria

Por Adriana Chiarini e da Agência Estado
Atualização:

Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) cresceram 24% em 2007 sobre o ano anterior, atingindo o recorde de R$ 64,9 bilhões, dentro da previsão da instituição, que era de R$ 65 bilhões. As aprovações subiram 33% para R$ 98,8 bilhões. As consultas, pedidos formais de recursos ao BNDES, aumentaram 20%, para R$ 126,8 bilhões, e os enquadramentos de projetos nos programas do banco totalizaram R$ 117 bilhões, com alta de 23% sobre 2006.   A indústria quase perdeu para a infra-estrutura, em 2007, a liderança histórica como principal destino dos recursos desembolsados. Em financiamentos aprovados, a infra-estrutura já superou a indústria no ano passado, indicando uma futura virada nos desembolsos.   A indústria recebeu R$ 26,4 bilhões da instituição no ano passado, com queda de 2% sobre 2006. Já a infra-estrutura teve liberados R$ 25,6 bilhões do banco no mesmo período, o que corresponde a um aumento de 62% sobre o ano anterior. O setor de comércio e serviços ficou com R$ 7,8 bilhões, 58% mais que em 2006 e a agropecuária com R$ 5 bilhões, 46% mais do que no ano anterior.   Nas aprovações de financiamentos em 2007, a infra-estrutura totalizou R$ 45,6 bilhões, o que é pouco mais que o dobro de 2006. Enquanto as aprovações para indústria foram de R$ 38,2 bilhões, com redução de 3% na comparação com o ano anterior. Para comércio e serviços, as aprovações chegaram a R$ 9,8 bilhões (+19%) e para a agropecuária, foram de R$ 5 bilhões (+22%).   O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, minimizou a queda nos desembolsos e aprovações para a indústria. "Qualitativamente, esse desembolso para indústria é melhor que de outros anos porque reflete mais fortemente a formação bruta de capital fixo", afirmou. Coutinho mostrou que tirando as operações para exportações, a indústria teria tido um crescimento de 39% nos desembolsos e de 44% nas aprovações.   Ele explicou que a redução se deve a uma diminuição nos financiamentos a exportações de automóveis e lembrou que esse setor cresceu no ano passado e passou a vender mais para o mercado interno. Já as operações de financiamento a compra de máquinas e equipamentos teriam aumentado.   Energia   Coutinho destacou o crescimento do setor de infra-estrutura e afirmou que a carteira de hidreletricidade, especialmente, "vai mostrar um grande salto em 2008", inclusive pela entrada dos projetos das usinas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira, entre outros. O diretor do banco Wagner Bittencourt comentou que os investimentos em energia nos próximos anos crescerão muito e com muita diversificação em relação as fontes de geração, abrangendo também linhas de transmissão.   Bittencourt citou o apoio do banco a construção dos gasodutos Gasene e Coari-Manaus, a ferrovias e à encomenda de 23 navios pela Transpetro. Também disse que o BNDES já teve contato com investidores em concessões de rodovias e que eles devem prosseguir. O diretor espera que a ferrovia Transnordestina possa ser concluída até 2010.     2008     Coutinho afirmou ainda que os números "confirmam o excelente desempenho da economia brasileira em 2007 e também do banco, refletindo a demanda firme por investimentos". Ele previu um desempenho ainda melhor da instituição em 2008, já que as cifras de consultas, enquadramentos e aprovações ficaram bem superiores à de desembolso total.   "O ano de 2008 já está dado pelas aprovações que já foram feitas e pela montanha de enquadramentos, de R$ 117 bilhões. Temos que fazer estudos e projetos já mirando 2009 e 2010", afirmou o economista. Coutinho informou que há na carteira do banco 183 projetos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), no valor de R$ 65 bilhões.

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