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Desempenho de Serra agrada mercado em Nova York

Por Agencia Estado
Atualização:

A disputa do segundo turno das eleições presidenciais já estava no preço, mas o desempenho de José Serra (PSDB) melhor do que as pesquisas apontavam será recebido positivamente pelos mercados hoje, na opinião da economista para América Latina do banco Bear Stearns, Emy Shayo. ?No entanto, mantenho ainda um cenário de vitória do Lula no segundo turno, pois a distância a ser recuperada por Serra é enorme", afirmou Shayo à Agência Estado. "O Serra tem que conquistar cerca de 4 milhões de voto por semana até a data do segundo turno", acrescentou. Para Shayo, a votação mais forte de Serra no primeiro turno deverá "reerguer as esperanças do mercado financeiro em relação às chances do candidato tucano no segundo turno". A avaliação preliminar da analista do Bear Stearns sobre as eleições de domingo é de que a expressiva votação do PT nos Estados, com a eleição de um bom número de senadores, deverá gerar uma dinâmica favorável para Lula no segundo turno. "Tem uma presença forte no PT de Norte a Sul para o Congresso", salientou. Apesar de considerar que o resultado do primeiro turno das eleições presidenciais terá um impacto neutro nos mercados de câmbio e de dívida do Brasil, o economista-chefe para Brasil do banco Lehman Brothers, Paulo Vieira da Cunha, acredita que a disputa do segundo turno entre Lula e José Serra fará com que o candidato do PT passe a tender para uma posição mais de centro, o que acalmará os investidores. "Sinto que para o Lula se consolidar é preciso que ele se mova ainda mais para o centro", afirmou Cunha à Agência Estado. Segundo ele, os números ainda são tremendamente favoráveis para uma vitória do Lula no segundo turno, porém as chances de Serra hoje são maiores do que no sábado. "Houve, definitivamente, uma reversão de momento na corrida", afirmou Cunha. Para ele, o segundo turno possibilitará uma melhor qualidade do debate, inclusive em termos de propostas macro-econômicas, que ficaram apenas na superfície no primeiro turno. "Será algo benéfico para os eleitores, que terão uma idéia mais clara sobre as políticas do PT para a economia", acrescentou. Para Cunha, dependendo da qualidade do debate sobre programas de governos, uma parcela que votou no Lula no primeiro turno poderá mudar o voto para Serra. Em relação ao impacto do resultado do primeiro turno das eleições, Cunha acha que a votação de Serra foi apenas um pouco melhor do que as pesquisas. "Mas nada tão dramático. A votação veio confirmar praticamente o que indicavam as pesquisas. Então o impacto positivo maior para os mercados estará no fato de que Lula caminhará mais para o centro em termos de políticas macroeconômicas nas próximas três semanas restantes", explicou o economista da Lehman Brothers. Em termos de novas alianças para o segundo turno, Cunha não espera muitas mudanças. "Não acredito que o Ciro Gomes irá endossar ninguém explicitamente e que as divisões entre o PFL devem continuar, talvez com maior disposição de apoiar o Serra do que antes. Mas não sei com que entusiasmo o Tasso Jereissati viria apoiar o Serra", explicou.

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