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Desemprego atinge 21,3% dos espanhóis

Taxa é recorde para a Espanha, com 5 milhões de pessoas sem trabalho; de janeiro a março, o país perdeu igual número de vagas de 2010 inteiro

Por Jamil Chade
Atualização:

A crise da dívida na Espanha fez o desemprego explodir. Ontem, o governo admitiu que a taxa de desemprego bateu mais uma vez o recorde, chegando a 21,3% da população, quase 5 milhões de pessoas. O país registra o maior desemprego de todo o mundo industrializado. Um a cada quatro europeus sem emprego é espanhol. Apenas no primeiro trimestre, a Espanha perdeu o mesmo número de empregos de 2010 inteiro. Em porcentual, a taxa se equipara a 1997. Em números absolutos, nunca tantos espanhóis estiveram sem emprego.Para economistas, o desemprego é fruto dos cortes de investimentos do estado e de dezenas de grandes empresas. O governo vem adotando política de redução de gastos para convencer o mercado que tem como pagar suas dívidas e que não precisará recorrer ao FMI, como ocorre com Portugal, Irlanda e Grécia.O maior número de cortes de empregos tem ocorrido no setor industrial e de construção. Em apenas três meses, 256 mil postos de trabalho foram aniquilados, somando total de 4,9 milhões de desempregados. As exportações do país voltaram a crescer, mas não o suficiente para gerar empregos. Em regiões como a Andaluzia, 29,7% dos trabalhadores estão sem emprego. Um a cada três. "Estamos no pior momento", admitiu ontem o vice-presidente do governo, Alfredo Perez-Rubalcaba.O líder da oposição, Mariano Rajoy, não perdeu tempo para culpar o governo por "não saber governar o país", já de olho nas eleições de 2012. Os dados ainda revelam que a Europa, de fato, não representa mais um bloco homogêneo em sua recuperação. Na Alemanha, a taxa de desemprego não para de cair e é hoje de apenas 7%. Se a Espanha tem a pior taxa, a Holanda apresenta taxa de 4,2%. Em média, a taxa de desemprego na Europa caiu de 10,1% para 9,9% no primeiro trimestre, com total de 22,8 milhões de pessoas empregadas. Mas o desemprego continua superior ao dos EUA (8,8%) e ao do Japão (4,6%).

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