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Desemprego aumenta e rendimento cai na Grande São Paulo

Segundo pesquisa da Fundação Seade em parceria com o Dieese, o número de desempregados passou de 1,64 milhão em fevereiro para 1,69 milhão em março

Por Agencia Estado
Atualização:

O desemprego na Grande São Paulo subiu de 16,3% da População Economicamente Ativa (PEA), em fevereiro, para 16,9% em março. O dado, divulgado nesta terça-feira pela Fundação Seade em parceria com o Departamento Intersindical de Estatísticos e Estudos Socioeconômicos (Dieese), é considerado como "normal para o período" segundo ambas instituições. Em janeiro, a taxa havia ficado em 15,7%, e, em março do ano passado, em 17,3%. Segundo a pesquisa, não foi somente o número de vagas que apresentou queda de fevereiro para março. O fenômeno também foi percebido no rendimento médio real dos ocupados e assalariados, que foi reduzido em 1,64% e 2,4%, respectivamente. Com a diminuição, a média ficou em R$1.072 e R$1.140. O contingente de desempregados passou de 1,64 milhão em fevereiro para 1,69 milhão no terceiro mês deste ano. Esse aumento foi resultado do corte de 118 mil ocupações e pela criação de 69 mil postos de trabalho. O setor que mais encerrou vagas foi o Comércio, com corte de 61 mil pessoas. A indústria, por sua vez, demitiu 32 mil de seus funcionários, ao passo que, em terceiro lugar, figurou o setor de Serviços, com extinção de 29 mil vagas. Sazonalidade O crescimento do desemprego foi qualificado como "sazonal" (específico desta época do ano) pelos técnicos de ambas as instituições. "Tivemos um primeiro trimestre típico, com expansão do desemprego na Grande São Paulo, como constatado em anos anteriores", informou o gerente de Análise da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), pela Fundação Seade, Alexandre Loloian. A expectativa é que, em 2006, a taxa diminua, mas, segundo os mesmos especialistas, ainda não é possível estimar em quanto poderá se posicionar a taxa de desemprego no final do ano. Eles admitem, com base no mesmo comportamento histórico, que o desemprego possa diminuir já a partir de abril, ou no mais tardar, em maio. "É natural que a taxa de ocupação cresça a partir de abril ou maio. Isso, necessariamente, pode não se refletir na taxa de desemprego, porque é também neste período que muitas pessoas voltam a procurar trabalho e, nessas circunstâncias, a taxa de desemprego pode se estabilizar ou até crescer", ponderou a assessora especial da Diretoria Técnica do Dieese, Patrícia Lino Costa. "O importante é que a ocupação volte a crescer", reiterou ela. Cenário positivo Na visão de Loloian, o cenário econômico do País ainda se mostra positivo para o mercado de trabalho, por conta de ser este um ano eleitoral, haver perspectiva de queda dos juros e, mais relevante ainda, indicações de continuidade do crescimento da economia mundial. As dúvidas, segundo ele, prevalecem sobre os riscos de ser deflagrada uma crise do petróleo, capaz de comprometer o crescimento econômico global, e o comportamento do câmbio, considerado, no meio empresarial, o real valorizado ante o dólar. "Ainda temos a grande variável dos investimentos no Brasil. Porque, sejamos claros, investimento não depende só de juros, mas dos rumos da economia traçados pela política econômica e de um ambiente favorável aos investimentos. Não há ainda esse clima para investimentos", opinou, ao justificar que esse será o fator primordial a ditar a queda do índice de desemprego.

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