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Desemprego cai para 9,7%, após 3 meses estável

Recuo foi mais forte em SP, sobretudo no comércio, onde se paga menos, fazendo a renda média diminuir

Por Jacqueline Farid
Atualização:

O índice de desemprego apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nas seis principais regiões metropolitanas do País recuou para 9,7% em junho, após três meses de estabilidade em 10,1%. A primeira queda em 2007 reflete da significativa melhora do mercado de trabalho em São Paulo, onde foram abertas 184 mil vagas em junho, na comparação com o mês anterior. O gerente da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE, Cimar Azeredo, credita a queda no índice, no total das regiões e em São Paulo, decorre da redução dos juros e da maior disponibilidade de crédito. Em São Paulo, o índice ficou em 10,2% em junho, ante 11,2% em maio. De um mês para outro, o número de pessoas ocupadas na região cresceu 2,1%. Das 284 mil vagas abertas nas seis regiões em junho, 184 mil foram em São Paulo, que responde por cerca de 40% do total. A população desocupada em São Paulo caiu 8% em junho, equivalente a 87 mil pessoas. Os setores que mais abriram vagas foram comércio (8%), com 127 mil, e serviços para empresas (6,1%), como intermediação financeira e atividade imobiliária, com 83 mil vagas. No primeiro semestre de 2007, nas seis regiões metropolitanas, o desemprego foi de 9,9%, ante 10,1% em igual período de 2006. Na região metropolitana de São Paulo, a taxa média de desemprego no primeiro semestre de 2007 foi de 10,9%, um pouco acima da apurada em igual período de 2006, quando ficou em 10,4%. RENDA CAI A renda média real do trabalhador paulista caiu 1,8% em junho ante maio e 1% ante junho de 2006. Segundo Azeredo, o recuo deve-se ao fato de o aumento no emprego ter ocorrido especialmente no comércio, que paga menores salários. A indústria, que remunera melhor, reduziu a ocupação em 2,3% em São Paulo em junho ante maio. A queda no rendimento não impediu que a renda disponível para consumo tenha aumentado na região. A massa de rendimentos (sem bônus ou gratificações) recebida em São Paulo somou R$ 10,9 bilhões em junho, 0,6% maior que em maio e 1,7% superior à junho de 2006. Para Azeredo, a concentração do crescimento da ocupação e da queda na taxa de desemprego em São Paulo em junho não preocupa. ''''Tudo o que acontece no mercado de trabalho ocorre primeiro nessa região, então há expectativa de que a mesma tendência apurada em São Paulo se estenda às outras regiões nos próximos meses. É um primeiro diagnóstico de que pode haver melhorias nos outros locais'''', disse ele. O desempenho da renda na média das regiões pesquisadas acompanhou o movimento paulista. A massa de rendimentos dos trabalhadores das seis regiões somou R$ 23,34 bilhões em junho, 1% acima da de maio e 4,6% superior à de junho de 2006. O aumento ocorreu apesar da queda de 0,5% no rendimento médio real em junho ante maio. ''''O rendimento pode ter caído, mas há mais dinheiro circulando'''', observou Azeredo. No primeiro semestre, a renda média nas seis regiões metropolitanas aumentou 4,4%, para R$ 1.116,70. Em São Paulo, houve aumento de 3,1% no período, ficando em R$ 1.265,90. Os analistas do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) observaram, em documento sobre o desempenho do emprego, que junho foi marcado pela aceleração do emprego e desaceleração da renda. Para eles, ambos configuram ''''novas tendências'''' no mercado de trabalho.

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