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Desemprego cresce em São Paulo e mais 13 Estados no 1º trimestre, aponta IBGE

Santa Catarina (7,2%), Rio Grande do Sul (8,0%), Paraná e Rondônia (ambos com 8,9%) tiveram as menores taxas; os piores resultados foram registrados no Amapá (20,2%), Bahia (18,3%) e Acre (18,0%)

Por Vinicius Neder
Atualização:

RIO - A taxa de desempregados no Estado de São Paulo subiu de 12,4% no quarto trimestre de 2018 para 13,5% no primeiro trimestre deste ano, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados na manhã desta quinta-feira, 16, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No primeiro trimestre de 2018, a taxa de desemprego em São Paulo estava em 14,0%. A taxa de desocupação no total do País no primeiro trimestre de 2019 foi de 12,7%, ante 13,1% no primeiro trimestre de 2018, como já havia divulgado o IBGE no fim de abril. No quarto trimestre do ano passado, a taxa de desocupação era de 11,6%.

Mutirão do emprego reuniu milhares de pessoas no centro de São Paulo. Foto: Felipe Rau/Estadão - 26/3/2019

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Na passagem do quarto trimestre de 2018 para o primeiro trimestre deste ano, a taxa de desemprego subiu de forma estatisticamente significativa em 14 das 27 unidades da federação.

As maiores taxas de desemprego foram registradas no Amapá (20,2%), na Bahia (18,3%) e no Acre (18,0%). No Rio, a taxa de desemprego ficou em 15,3% e, em Minas Gerais, em 11,2%.

As menores taxas foram observadas em em Santa Catarina (7,2%), Rio Grande do Sul (8,0%) e Paraná e Rondônia (ambos com 8,9%).

Crise generalizada

A situação do mercado de trabalho, marcada por elevado desemprego e subutilização da mão de obra, assim como pelo crescimento de ocupações típicas da informalidade, está generalizada em todo o País, afirmou o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.

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"O grande destaque é que a situação que a gente vive hoje no Brasil não está localizada num Estado ou noutro. A queda na carteira (de trabalho) se dá em todos os Estados. O aumento da informalidade acontece em todos os Estados", afirmou.

Azeredo destacou que registrar taxas de desemprego mais elevadas é característica estrutural do mercado de trabalho no Nordeste. Só que, mesmo os Estados do Sul, que tradicionalmente registram as menores taxas, estão em situação pior do que estavam antes da crise. Santa Catarina já registrou níveis na casa de 2,0%, disse.

"Santa Catarina tem a taxa mais baixa, mas não estava acostumada com esse nível de desocupação. Hoje, Santa Catarina tem a taxa que o Brasil tinha em 2014", disse o pesquisador do IBGE.

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Longa procura por trabalho

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Um quarto dos 13,387 milhões de brasileiros desempregados no primeiro trimestre estão há dois anos ou mais em busca de trabalho, segundo a Pnad Contínua.

Do total de desempregados no primeiro trimestre, 24,8%, ou 3,319 milhões de pessoas, estão nessa condição há dois anos ou mais. Outros 6,074 milhões de trabalhadores estão desempregados de um mês a menos de um ano, o equivalente a 45,4% do total de desempregados, enquanto 2,108 milhões (15,7%) buscam trabalho há menos de um mês e 1,886 milhão (14,1% do total) o fazem há de um ano a menos de dois anos.

A taxa de desalento no Brasil ficou em 4,4% no primeiro trimestre, recorde da série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012. O Maranhão teve a maior taxa, com 17,9%: o Estado tem 561 mil pessoas desalentadas. As menores taxas de desalento estão no Rio (1,2%) e em Santa Catarina (0,9%).

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A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, não tinha experiência, era muito jovem ou idosa ou não encontrou trabalho na localidade - e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga.

Em todo o Brasil são 4,843 milhões de pessoas nessa situação, 768 mil moram na Bahia, Estado que têm o maior contingente de desalentados.