A lenta recuperação da economia se reflete no mercado de trabalho, que também segue em recuperação gradual. No entanto, considerando o desempenho sem muito vigor do nível de atividade no primeiro semestre, o crescimento do emprego neste ano surpreendeu positivamente.
A população ocupada já supera o nível pré-crise econômica, porém a composição do emprego piorou e a taxa de desemprego continua muito elevada.
A maior parte dessa recuperação de postos de trabalhos se deu por meio de contratação de informais com baixa remuneração. Ainda assim, mesmo que em proporção menor, a recuperação dos empregos formais também está acontecendo.
Para os próximos meses, o mercado de trabalho deve continuar melhorando de forma gradual. Isso significa que a taxa de desemprego e, de forma mais geral, a subutilização da força de trabalho ainda deve demorar a cair.
Como o nível de ociosidade da economia ainda é muito grande, espera-se que, mesmo com uma aceleração do crescimento, parte dessa alta seja obtida por meio de elevação da produtividade.
Na recessão, apesar da grande piora do mercado de trabalho, a queda da produção foi maior que a redução da população ocupada – o que significou perda de produtividade.
*DIRETOR DE ESTUDOS E POLÍTICAS MACROECONÔMICAS DO IPEA