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Desemprego em alta faz profissionais abrirem próprio negócio

Por Agencia Estado
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O baiano João Batista Alves Pereira, de 48 anos, é um dos milhões de brasileiros que, depois de uma carreira bem-sucedida, teve sua vida profissional afetada por um plano econômico. Depois de perder o emprego no auge das mudanças do governo do então presidente José Sarney, virou empreendedor. Gostou tanto que diz que não há volta agora. Morador de um pequeno sítio, ele estava na sombra de uma árvore, pensando no futuro, quando foi surpreendido pelo convite de uma senhora: "O que acha de me ajudar a trabalhar com chocolates?". "Nunca tinha pensado em fazer chocolates, só em comer." Depois, pensou que, se reunisse o know-how da colega a seu conhecimento de finanças, poderia ter sucesso. Investiu as economias e o dinheiro do fundo de garantia na compra de três fornos. Aos poucos, tiraram a empresa da informalidade. Ele passou a fazer cursos. Aprendeu a dar o ponto ao chocolate belga. "São os melhores do mundo." Essa é a história da Chocolates Marghi, uma pequena empresa com 16 anos de mercado, que cativou a classe média alta, formada por muitos estrangeiros. Eles vendem chocolates e biscoitos decorativos, pintados à mão. Pereira tem sete funcionários, trabalha muito nos fins de semana e é raro tirar férias. Mas diz que encontrou sua vocação e tem planos de expansão. Desemprego - Histórias como a de Pereira mostram como o brasileiro vem tentando superar o desemprego. O IBGE divulgou um levantamento, em 23 de julho, informando que 443 mil pessoas ficaram desempregadas no primeiro semestre deste ano no País. Segundo o IBGE, 20,3% da população economicamente ativa (PEA) estava desempregada no País em junho, superando uma marca que por 18 anos permaneceu inalterada. Estudo da consultoria BPI do Brasil, empresa que atendeu 10 mil profissionais em 48 cidades do País, feito em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra que, de um total de 10 mil profissionais dispensados por grandes empresas em 48 cidades brasileiras, nos últimos 4 anos, 25% optaram por montar um novo negócio e 20% atuam como autônomos (consultores, cooperados, entre outros). O estudo foi feito com profissionais dispensados por grandes empresas como Avon, Brasil Telecom, Embratel, Kaiser, Volkswagen, que contrataram os serviços de recolocação da BPI nos últimos quatro anos.

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