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Desemprego em janeiro subiu para 6,8%, avalia IBGE

Por Agencia Estado
Atualização:

A taxa média de desemprego aberto apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) subiu para 6,8% em janeiro ante 5,6% em dezembro. Segundo o IBGE, o crescimento do desemprego foi resultado do aumento sazonal do número de pessoas procurando trabalho na virada do ano. O número de pessoas desocupadas (não trabalhando e procurando trabalho) cresceu 23,12% em janeiro comparado a dezembro enquanto o número de pessoas trabalhando em janeiro caiu 0,4% ante o mês anterior. Em janeiro do ano passado, a taxa de desemprego havia sido de 5,7%. A taxa de desemprego em janeiro deste ano cresceu em todos os setores na comparação com igual mês do ano passado. O crescimento ocorreu na indústria de transformação (6% em janeiro de 2001 e 6,9% em janeiro de 2002); construção civil (7,7% para 8,9%); comércio (6% para 8,1%) e serviços (4,6% para 5,2%). Segundo o IBGE, em janeiro 15,9% dos trabalhadores estavam na indústria; 6% na construção civil, 15% no comércio e 55,4% em serviços. Os demais ocupados (7,7%) estavam em outras atividades, como conta própria. Rendimento médio real caiu 8,9% em dezembro O rendimento médio real das pessoas ocupadas registrou queda de 3,9% em 2001 em relação a 2000, segundo dados do IBGE. Houve redução no rendimento também em dezembro (-8,9%) em relação ao mesmo mês de 2000, mas crescimento de 6,2% de novembro para dezembro do ano passado, especialmente devido ao pagamento da segunda parcela do 13º salário. Ainda segundo o IBGE, o rendimento médio nominal das pessoas ocupadas em dezembro passado atingiu R$ 803,45, o equivalente a 4,5 salários mínimos. O rendimento médio real dos trabalhadores acompanhou no ano passado a tendência de queda registrada desde 1999. A diminuição de 3,9% no acumulado de 2001 foi maior do que a retração registrada no ano anterior (-0,6%), mas menor do que a queda significativa de 1999 (-5,5%). A gerente de análise do departamento de emprego e rendimento do IBGE, Shyrlene Ramos de Souza, observou que a melhoria da renda está diretamente ligada ao crescimento econômico e ao aumento de contratações, sendo que em ambos os casos as taxas de expansão estão tímidas no País. "O salário é uma integração entre oferta e demanda. O poder de barganha dos trabalhadores está menor", disse. A queda no rendimento nos últimos três anos contrasta com os ganhos obtidos nos primeiros anos do real. Houve aumento de 6% em 1994, seguido de 11% em 1995; 7% em 1996; 2% em 1997 e crescimento nulo (0%) em 1998. Desemprego com ajuste sazonal é de 6,7% em janeiro A taxa de desemprego com ajuste sazonal atingiu 6,7% em janeiro e 7% em dezembro, segundo dados do IBGE. Os índices sem ajuste foram respectivamente de 6,8% e 5,6%. A gerente de análise do departamento de emprego e rendimento do IBGE explicou que o ajuste espelha com maior eficiência a situação do emprego, já que elimina as variações típicas de determinada época do ano. No caso de dezembro, por exemplo, o índice sem ajuste é menor porque é um período de aumento de contratações temporárias. O IBGE estuda a possibilidade de divulgar apenas a taxa com ajuste sazonal - hoje o principal dado do instituto é a taxa original, sem ajuste - como já ocorre em países como Canadá e Estados Unidos, mas ainda não há definição de quando será definida a mudança. População ocupada cresce 0,3% em janeiro A população ocupada do País voltou a crescer 0,3% em janeiro ante igual mês do ano anterior, após cinco meses de queda consecutiva nessa base de comparação. A gerente de análise considera a ocupação como o dado mais importante para avaliação da situação do mercado de trabalho. Mas salientou que, apesar da reversão das taxas negativas registradas anteriormente, o aumento de janeiro ainda é "muito pequeno" e não pode ser considerado como tendência de melhora da situação do emprego. "Não podemos dizer que o mercado de trabalho melhorou porque a ocupação cresceu pouco e aumentou também o número de pessoas fora do mercado", disse. Em janeiro, o número de pessoas não-economicamente ativas (fora do mercado de trabalho) cresceu 3,3% sobre igual mês do ano passado. Shyrlene observou, entretanto, que o aumento da ocupação "não deixa de ser positivo" porque revela que estão ocorrendo contratações, ainda que em volume muito menor do que o aumento da procura por trabalho. Segundo o IBGE, o número de pessoas desocupadas cresceu 22,4% em janeiro deste ano, ante igual mês de 2001. Segundo ela, essa procura pode significar que as melhores perspectivas econômicas estão estimulando a buscarem uma vaga. "Mas ainda é cedo para dizer que esses indicadores revelam uma tendência", disse.

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