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Desemprego em SP passa de 19,1% para 19,7%

Por Agencia Estado
Atualização:

O desemprego na Região Metropolitana de São Paulo atingiu em março o maior nível desde maio do ano passado, segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) divulgada hoje pelo convênio Dieese/Fundação Seade. A taxa de março alcançou 19,7%, ante 19,1% em fevereiro. Foi o segundo aumento consecutivo, depois de uma estabilidade em janeiro. De acordo com os técnicos das entidades, o aumento de março foi um movimento sazonal típico, uma vez que em quase todos os anos o desemprego cresce no primeiro quadrimestre. O desemprego está menor, no entanto, do que em março de 2002, quando atingiu 19,9%. Para Hélio Zylberstajn, professor de economia da USP, a situação do desemprego parece ter se estabilizado. "Pode estar acontecendo o início da virada", afirmou. Cláudio Deddeca, do Instituto de Economia da Unicamp, no entanto, não enxerga dados positivos. "Se a População Economicamente Ativa (PEA) tivesse crescido, o desemprego teria aumentado mais", explicou. Segundo a pesquisa, a PEA encolheu em 51 mil pessoas em março ante fevereiro, de 9,346 milhões para 9,295 milhões de pessoas na Região Metropolitana. A queda foi o que compensou a eliminação de 97 mil ocupações em março. Ainda assim, o contingente de desempregados cresceu em 46 mil pessoas, tendo atingido 1,831 milhão. O nível de ocupação caiu 1,3% no período, para 7,464 milhões de trabalhadores, mas cresceu 0,9% na comparação com março de 2002. Todos os setores demitiram em março, mas o que o fez com maior força foi o industrial: eliminação de 48 mil vagas, a maioria de assalariados sem carteira assinada e autônomos. O setor de serviços demitiu 13 mil e o comércio, 8 mil. Os chamados outros setores (de serviços domésticos, por exemplo) eliminaram 28 mil ocupações. Segundo a pesquisa, após três quedas consecutivas, o rendimento médio dos ocupados permaneceu relativamente estável em fevereiro (as estatísticas de renda têm um mês de defasagem em relação às de desemprego). Houve uma ligeira queda, de 0,2%, ante janeiro, tendo passado a R$ 883,00. Entre os assalariados, houve aumento de 0,9% nos salários, que passaram a, em média, R$ 938,00. No entanto, ante fevereiro de 2002, os rendimentos estão, respectivamente, menores em 8,5% e 7,9%.

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