
30 de outubro de 2018 | 09h12
A taxa de desocupação no Brasil ficou em 11,9% no trimestre encerrado em setembro, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta terça-feira, 30, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O País ganhou 1,384 milhão de novos postos de trabalho em apenas um trimestre, enquanto 474 mil pessoas deixaram o contingente de desempregados. No entanto, de acordo com o levantamento, o número total de pessoas desempregadas ainda é de 12,492 milhões.
A taxa de desemprego passou de 12,4% no trimestre terminado em junho para 11,9% no trimestre encerrado em setembro. No mesmo período, 445 mil pessoas deixaram a inatividade, ou seja, optaram por voltar à força de trabalho. A população inativa totalizou 65,198 milhões de pessoas no trimestre encerrado em setembro.
"O volume da população fora da força (de trabalho) é bastante expressivo e consequência da falta de dinamismo desse mercado de trabalho", ponderou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
O resultado veio igual à mediana das estimativas do mercado financeiro, captadas pelo Projeções Broadcast. Assim, o resultado veio dentro do intervalo das expectativas, que ia de 11,70% e 12,30%.
Em igual período de 2017, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 12,4%. No trimestre encerrado em agosto, o resultado ficou em 12,1%. No trimestre encerrado em junho, a taxa era de 12,4%. O recuo de pessoas desempregadas em um ano é de 469 mil.
A pesquisa ainda aponta que faltou trabalho para 27,321 milhões de pessoas no primeiro trimestre encerrado em setembro deste ano, contingente recorde de trabalhadores subutilizados no mercado.
A taxa composta de subutilização da força de trabalho teve ligeiro recuo de 24,6% no trimestre até junho de 2018 para 24,2% no trimestre até setembro deste ano. O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar. No trimestre até setembro de 2017, a taxa de subutilização da força de trabalho estava mais baixa, em 23,9%.
A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.222 no trimestre terminado em setembro. O resultado representa alta 0,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ R$ 200,7 bilhões no trimestre encerrado em setembro, alta de 2,2% ante igual período do ano anterior.
A taxa de subocupação por insuficiência de horas ficou em 7,4% no trimestre até setembro de 2018, ante 7,1% no trimestre até junho. O indicador inclui as pessoas ocupadas com uma jornada inferior a 40 horas semanais que gostariam de trabalhar por um período maior. Na passagem do trimestre até junho para o trimestre até setembro, houve um aumento de 351 mil pessoas na população nessa condição. Em um ano, o País ganhou mais 582 mil pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas.
Em todo o Brasil, há 6,859 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas, um recorde na série histórica iniciada no primeiro trimestre de 2012.
O Brasil tinha 4,776 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em setembro de 2018. O resultado significa 57 mil desalentados a menos em relação ao trimestre encerrado em junho. Em um ano, porém, 533 mil pessoas a mais caíram no desalento.
A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade - e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.
O porcentual de pessoas desalentadas na população de 14 anos ou mais de idade na força de trabalho mais os que estão em desalento foi de 4,2% no trimestre encerrado em setembro, ante 4,3% no trimestre terminado em junho. No trimestre até setembro de 2017 o porcentual de desalentados era menor, de 3,8%.
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