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Desemprego na Região metropolitana de SP em março é o menor para o mês desde 91

Segundo o levantamento do Seade e do Dieese, a taxa de desemprego na região ficou em 11,1% em março

Por Bianca Ribeiro e da Agência Estado
Atualização:

O desemprego na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) registrou em março deste ano a menor taxa (11,1%) para o mês já apurada desde março de 1991 (12,3%). Conforme dados divulgados pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a taxa de desemprego foi maior que a registrada em fevereiro (10,4%), mas inferior ao nível de março de 2011 (11,3%).

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Na passagem de fevereiro para março, o aumento do desemprego se deu em todas as localidades geográficas pesquisadas. No município de São Paulo, a taxa passou de 9,1% em fevereiro para 9,9% no mês passado. Na região do ABC, o desemprego subiu de 10,2% para 11,2%. Nos demais municípios da RMSP, a taxa evoluiu de 12,2% para 12,8%.

A alta na taxa de desemprego na passagem de fevereiro para março na RMSP para 11,1%, foi justificada pelo aumento de 0,8% da População Economicamente Ativa (PEA), com 81 mil pessoas a mais na força de trabalho no período, e pela estabilidade no nível de ocupação da região, que registrou apenas 4 mil postos fechados em março, em um universo de 9,671 milhões de ocupados.

A taxa de desemprego aberto - pessoas que procuraram trabalho nos últimos 30 dias e não exerceram nenhuma função nos últimos sete dias - passou de 8,4% em fevereiro para 9,1% em março, enquanto a taxa de desemprego oculto (pelo trabalho precário ou desalento) permaneceu estável em 2% no mesmo período. É um comportamento que já vinha sendo observado também em fevereiro.

"É um duplo sinal positivo para o período, pois significa que as empresas não estão demitindo e que as pessoas estão motivadas na procura por trabalho", explicou o coordenador da pesquisa da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), Alexandre Loloian.

O aumento do desemprego no primeiro trimestre é bastante típico, mas o movimento, observado tanto pela estabilidade na ocupação como pelo aumento da PEA neste mês de março, não vinha sendo observado nos meses de março nos últimos sete anos. Para Loloian, esse movimento é justificado pelo aumento de confiança das pessoas no mercado de trabalho. "Não costuma ser assim, pois a regra geral é que os primeiros meses do ano (incluindo março) são de espera, quando as empresas ainda fazem planos para o ano", disse o coordenador.

Olhando para o comportamento da ocupação na RMSP no mês março, houve aumento importante no Comércio, de 1,9%, ou 29 mil postos, e no setor de Serviços, com ampliação de 37 mil vagas e expansão de 0,7% ante fevereiro. Já na Indústria, o cenário continuou negativo, tendo caído 1,7% perante fevereiro, com 30 mil postos de trabalho a menos. O item Outros Setores (que abriga trabalho doméstico e construção civil) registrou 40 mil vagas a menos no período, com queda de 3%.

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O número de assalariados cresceu 0,7% no mês perante fevereiro, e o setor privado ampliou em 2,9% o emprego sem carteira assinada. O universo de trabalhadores autônomos caiu 2,6%, e as contratações formais ficaram praticamente estáveis, com expansão de 0,2%. Loloian acredita que, nos próximos meses, deve haver crescimento no volume de empregos com carteira assinada.

Ele assinalou também que o nível de rendimento dos trabalhadores na Região Metropolitana de São Paulo continua a se sustentar. No período calculado entre janeiro e fevereiro, os rendimentos médios reais de ocupados cresceram 2,2%. Entre os assalariados, a alta foi de 0,6% e, no conjunto de autônomos, a expansão foi de 6,4%.

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