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Análise: Desemprego próximo dos dois dígitos

Por Tiago Cabral Barreira
Atualização:

A taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua mostra a continuidade da piora do nível de emprego e a deterioração do mercado de trabalho, que pode atingir dois dígitos em média no próximo ano (11,5%). Puxada, principalmente, pela construção civil e pela indústria, e cada vez mais pelos serviços, o Sudeste foi a região mais afetada. Entretanto, há sinais de disseminação da queda do emprego em todas as regiões. De todos os Estados da Federação, apenas um não teve aumento do desemprego no período (Sergipe). O aumento do desemprego ocorre pelo ingresso de mais pessoas que até então não participavam do mercado de trabalho (População Economicamente Ativa). Em busca de emprego, jovens e idosos foram os grupos que mais contribuíram para o aumento da PEA. Alguns dados surpreendem, como a estagnação da renda real em meio a um cenário recessivo. Em setembro, a renda real média registrou queda de apenas -0,05%, ante o mesmo período do ano anterior. Diferentemente das crises anteriores, o recuo da atividade econômica está se refletindo menos na queda de salários e mais na redução de novas admissões. O poder de barganha dos trabalhadores segue elevado nas negociações de reajuste salarial. A renda nominal formal, a partir de meados do ano, registra reajustes acima da inflação, relevante para uma economia cada vez mais formalizada.*É pesquisador do IBRE/FGV  

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