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Desemprego recua a 10,6% em agosto e renda sobe 0,7%

Taxa de desemprego ficou 1,2% acima do mesmo período de 2005; rendimento médio aumentou 3,5% em relação ao ano anterior

Por Agencia Estado
Atualização:

A taxa de desemprego apurada pelo IBGE nas seis principais regiões metropolitanas do País ficou em 10,6% em agosto. Em julho, a taxa havia sido de 10,7% e em agosto de 2005, de 9,4%. Já a taxa média de desemprego nos oito primeiros meses de 2006 ficou em 10,3%, ante 10,1% na média de igual período de 2005. A população ocupada totalizou 20,5 milhões de pessoas, com aumento de 1,1% ante julho e de 2,8% em relação a agosto de 2005. O número de desocupados ficou em 2,4 milhões de pessoas, estável em relação a julho, mas 17,2% maior do que em agosto de 2005. O rendimento médio da população ocupada ficou em R$ 1.036,20, com aumento de 0,7% ante julho e de 3,5% em comparação a agosto de 2005. Nos primeiros oito meses de 2006, o rendimento médio da população ocupada cresceu 4,2% (média de R$ 1.020,29) ante igual período de 2005, quando a renda média era de R$ 979,47. Segundo o gerente da pesquisa mensal de emprego do IBGE, Cimar Azeredo, o aumento no rendimento é resultado da inflação controlada, reajuste do salário mínimo e aumento da ocupação com carteira assinada, grupamento que paga melhores salários do que os apurados no emprego informal. Cenário favorável Para Azeredo, o cenário do mercado de trabalho "é muito favorável", apesar da estabilidade na taxa de desemprego. Ele observou que a taxa de desemprego apurada nas seis principais regiões metropolitanas do País "não apresentou variação estatística significativa" entre julho (10,7%) e agosto (10,6%) e permanece estável há seis meses. Segundo Azeredo, o que impede a queda na taxa de desemprego é a atual atratividade do mercado de trabalho, que apresenta maior formalidade e alta no rendimento. "O mercado está mais atrativo e mais pessoas estão buscando trabalho. Estão batendo mais na porta do mercado de trabalho para entrar em função do que estão vendo lá dentro", disse. O argumento é que a ocupação permanece em crescimento e registrou em agosto alta de 1,1% ante julho, o maior aumento ante mês anterior apurado desde maio de 2005. A variação corresponde à inserção de 226 mil pessoas no mercado de trabalho nas seis regiões de um mês para o outro. "É um aumento considerável", avalia. De acordo com o gerente da pesquisa, a situação atual do mercado é muito diferente da observada em 2003, quando as pessoas aumentaram a busca por emprego por causa de um "desespero" com a situação econômica desfavorável. Agora, segundo ele, ocorre exatamente o contrário. "O cenário econômico é favorável ao mercado de trabalho, com mais formalidade, maior rendimento e geração de vagas", afirmou. Desocupados Os grupo de desocupados, pessoas sem emprego ou que estão procurando trabalho, nas seis principais regiões metropolitanas do País em agosto tinham nível de escolaridade elevado, eram jovens e não eram responsáveis pela renda do seu domicílio, segundo revela o IBGE. Segundo a pesquisa feita pelo Instituto, 46,4% dos desocupados tinham 11 anos ou mais de estudo; 55,8% eram mulheres; 46,5% tinham entre 25 a 49 anos de idade e 38,7% entre 18 e 24 anos; 74,5% não eram os principais responsáveis pelo domicílio e 80,3% já trabalharam anteriormente. Para Azeredo, o perfil dos desocupados mostra que o aumento da procura por uma vaga no mercado de trabalho não é resultado de "desespero", mas da atual atratividade desse mercado. A pesquisa revelou que, em agosto, havia 2,42 milhões de desocupados nas seis principais regiões metropolitanas do País, com queda de 0,4% ante julho, mas aumento de 17,2% ante agosto de 2006 (o equivalente a mais 355 mil pessoas em busca de uma vaga do que havia em igual mês de 2005). A elevação do número de desocupados foi o principal fator a impulsionar a taxa de desemprego. Segundo Azeredo, "o mercado não está suficientemente aquecido para absorver a demanda", o que leva a taxa a se manter "estável" há seis meses. Campanha eleitoral As vagas de trabalho geradas na campanha eleitoral podem ter afetado os dados do mercado de trabalho apurados pelo IBGE. Segundo Azeredo, "há indícios de influência das eleições, mas a pesquisa não tem como confirmar isso". Segundo a pesquisa, o segmento de atividade que mais elevou o número de ocupados em agosto foi o de "Outros Serviços", com crescimento de 2,5% em relação julho e de 4,2% ante o mesmo mês de 2006. O grupo inclui turismo, hospedagem, alimentação, serviços sociais e também partidos políticos, comitês eleitorais e associações recreativas. Matéria alterada às 12h29 para acréscimo de informações

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