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Desemprego sobe a 8,2% nas grandes cidades

Por Jacqueline Farid
Atualização:

O mercado de trabalho metropolitano, que parecia protegido da crise até dezembro, iniciou o ano sob os efeitos nefastos da turbulência econômica. A taxa de desemprego subiu para 8,2% em janeiro, ante 6,8% em dezembro. O número de desocupados aumentou 20,6%, a maior variação desde o início da série histórica da pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2002. Em um mês, cresceu em 323 mil o número de desempregados nas seis principais regiões metropolitanas do País. Segundo o gerente da pesquisa, Cimar Azeredo, o aumento do desemprego de dezembro para janeiro foi "assustador" e reflete um "cenário econômico conturbado". "Nem na época da recessão de 2003 houve um aumento no número de desocupados dessa magnitude. Foi um janeiro diferente, mais cruel." De acordo com Azeredo, o índice de desemprego em janeiro foi pressionado não apenas pela demissão de temporários - contratados pelo comércio no fim do ano anterior -, mas também de empregados efetivos em vários setores. "Quando a economia vai bem, parte dos temporários contratados no fim do ano são efetivados. Se está estável, os temporários costumam ser dispensados, mas somente quando a economia vai mal são dispensados temporários e também efetivos, como agora." A analista da Tendências Consultoria, Ariadne Vitoriano, avalia que o aumento do desemprego "reflete os efeitos do agravamento da crise externa no último trimestre de 2008, além do período de sazonalidade, em que normalmente os trabalhadores temporários são desligados do trabalho". Para o professor e economista da PUC-Rio e da Opus Gestão de Recursos, José Márcio Camargo, a gravidade da crise internacional deve manter o desemprego numa trajetória ascendente pelo menos até abril. "Infelizmente, estamos apenas no começo do aumento do desemprego." Além de aumentar o número de desocupados, a taxa de janeiro foi pressionada pela queda de 1,6% no número de ocupados, o maior recuo para o mês desde 2004. O desemprego foi acompanhado de outra agravante: queda de 1,3% no número de trabalhadores com carteira assinada, recuo também recorde para o mês na série histórica. Das sete atividades pesquisadas, seis demitiram, com destaque para o comércio, que dispensou 105 mil. SÃO PAULO Responsável por 40% dos empregos na área de abrangência da pesquisa do IBGE, São Paulo elevou significativamente a desocupação no início deste ano. A taxa de desemprego na região passou de 7,1% em dezembro para 9,4% em janeiro. Além disso, o número de desocupados cresceu 32,6%, com mais 228 mil desempregados em janeiro, a maior alta da pesquisa, iniciada em março de 2002. O número de ocupados caiu 2%, com perda de 179 mil vagas.

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