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Desemprego sobe em março para 12,1%, diz IBGE

O rendimento médio real habitualmente recebido (sem gratificações) pelos ocupados caiu 2% em março ante fevereiro.

Por Agencia Estado
Atualização:

A taxa de desemprego calculada pelo IBGE subiu para 12,1% em março ante 11,6% em fevereiro. Segundo a pesquisa, em março, 18,2 milhões de pessoas estavam ocupadas e 2,5 milhões estavam desocupadas (trabalhando ou procurando trabalho) nas seis principais regiões metropolitanas do país. Em relação a fevereiro, o número de ocupados ficou estável e o de desocupados cresceu 5,4%. Rendimento O rendimento médio real habitualmente recebido (sem gratificações) pelos ocupados caiu 2% em março ante fevereiro e o efetivamente recebido (com gratificações) foi 3,6% inferior em fevereiro ao apurado em janeiro. O rendimento médio real dos ocupados em março ficou em R$ 842,90. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o rendimento médio real habitualmente recebido (sem gratificações) caiu 7,2% em março. A maior precariedade do mercado de trabalho em março, com aumento do emprego informal, derrubou o rendimento dos ocupados. "O crescimento da informalidade está refletindo na renda", disse o técnico do departamento de emprego e rendimento do IBGE, Cimar Azeredo Pereira. Na comparação com fevereiro, o rendimento caiu 2%. Em São Paulo, que puxou o crescimento da informalidade no País, a queda na renda dos ocupados foi ainda mais significativa, com variação de -8,9% em março ante igual mês de 2002 e de -3,6% na comparação com fevereiro. Emprego informal O emprego informal elevou a ocupação em março. O crescimento de 6% no número de ocupados no mês ante igual período do ano passado, com acréscimo de 1,038 milhão de pessoas trabalhando, ocorreu especialmente devido ao aumento de 9,3% no número de ocupados sem carteira assinada nas seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE. O número de empregados com carteira cresceu em ritmo bem menor (3,3%) no período. Houve aumento significativo também no grupo dos trabalhadores por conta própria (que inclui camelôs, ambulantes, profissionais free-lancer, ou seja, todos os que não têm contrato formal de trabalho ou empregados), que cresceu 7% ante março de 2002. A chefe do departamento de emprego e rendimento do IBGE, Angela Jorge, destacou que "há uma informalização no trabalho na média das regiões". Segundo ela, os dados de março mostram que o mercado de trabalho informal cresceu significativamente, mas "apenas com o passar do tempo vamos saber se isso ocorreu atipicamente em 2002 ou vai continuar". Pelo menos neste início de 2003 o "fenômeno se manteve", segundo admite Angela. Na comparação dos dados de março em relação a fevereiro deste ano, o número de ocupados sem carteira assinada cresceu 3,2%, enquanto a ocupação com carteira caiu 1,6%. O aumento da informalidade fez da Região Metropolitana de São Paulo a principal responsável pelo aumento de 6% na ocupação nas seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE em março, ante igual mês de 2003, com expansão de 5,9% no número de ocupados no período, ou mais 426 mil pessoas trabalhando. A informalização respondeu por 76% do crescimento da ocupação paulista em março. Isso porque, do total de 426 mil novos ocupados, 45% (194 mil pessoas) não tinham carteira de trabalho assinada e 31% (133 mil pessoas) trabalhavam por conta própria, ou seja, também sem contrato formal de trabalho. Os empregados com carteira eram apenas 9% do total de novos ocupados na região em março. "Em São Paulo, a informalização do mercado de trabalho aparece de forma bem mais acentuada do que na média das regiões", destacou a chefe do departamento de emprego e rendimento do IBGE, Angela Jorge. Na variação em relação a março do ano passado, o número dos empregados sem carteira em São Paulo cresceu 12,6%, bem acima da média do crescimento de 5,9% na ocupação, assim como no caso dos trabalhadores por conta própria (11,3%). Por outro lado, a ocupação com carteira assinada caiu 0,9%.

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