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Desemprego sobe para 11,6% e Brasil soma quase 12 milhões de pessoas desocupadas

Taxa de desemprego no trimestre encerrado em julho é a maior da série histórica; renda média real do trabalhador cai 3% no período

Por Daniela Amorim (Broadcast)
Atualização:

RIO - A taxa de desocupação no Brasil subiu para 11,6% no trimestre encerrado em julho de 2016, após ficar em 11,3% nos três meses até junho, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta terça-feira, 30, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é o maior da série histórica, iniciada em 2012. Em igual período do ano passado, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 8,60%. 

A população desocupada também atingiu o patamar recorde de 11,847 milhões de pessoas, um avanço de 37,4% em relação a julho de 2015, o equivalente a 3,225 milhões de indivíduos a mais em busca de uma vaga. A população desocupada também atingiu o patamar recorde de 11,847 milhões de pessoas, um avanço de 37,4% em relação a julho de 2015, o equivalente a 3,225 milhões de indivíduos a mais em busca de uma vaga. Já a população ocupada encolheu 1,8% no período, para um total de 90,487 milhões de pessoas, o equivalente à eliminação de 1,698 milhão de postos de trabalho.

Taxa de desocupação no Brasil ficou em 11,6% no trimestre encerrado em julho Foto: Marcos Santos/USP Imagens

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A renda média real do trabalhador foi de R$ 1.985 no trimestre até julho de 2016. O resultado representa queda de 3,0% em relação ao mesmo período do ano anterior. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 175,3 bilhões no trimestre até julho, queda de 4,0% ante igual período do ano anterior.

"A população ocupada voltou ao mesmo nível que era no primeiro trimestre de 2013. A mesma coisa aconteceu com o rendimento, voltou ao mesmo patamar do primeiro trimestre de 2013", ressaltou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

O resultado da taxa de desemprego não foi maior porque houve aumento de 1,0% na inatividade. No período de um ano, 617 mil pessoas deixaram a força de trabalho no País.

Desde janeiro de 2014, o IBGE passou a divulgar a taxa de desocupação em bases trimestrais para todo o território nacional. A nova pesquisa substitui a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que abrangia apenas as seis principais regiões metropolitanas, e também a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) anual, que produz informações referentes somente ao mês de setembro de cada ano.

Informalidade.O setor privado cortou 1,396 milhão de vagas com carteira assinada em um ano, uma queda de 3,9% no trimestre encerrado em julho ante o mesmo período de 2015. "A carteira de trabalho tem o menor patamar desde o trimestre encerrado em julho de 2012", observou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

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O total de trabalhadores com carteira assinada está em 34,343 milhões, menor nível desde julho de 2012, quando somava 34,288 milhões. O pico da carteira assinada foi em junho de 2014, quando o mercado de trabalho contava com 36,880 milhões de empregados formais.

Já o trabalho por conta própria aumentou 2,4% em julho ante julho de 2015, 527 mil pessoas a mais nessa condição. O trabalho sem carteira assinada no setor privado avançou 0,9%, 95 mil a mais. Já o trabalho doméstico cresceu 2,1% em um ano, mais 126 mil pessoas nessa condição.

Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, encerrado em abril de 2016, houve redução expressiva no contingente de pessoas trabalhando por conta própria (342 mil pessoas a menos, queda de 1,5%), e elevação no total de informais no setor privado (207 mil indivíduos a mais, alta de 2,1%).

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Segundo Azeredo, o resultado significa que muitos dos trabalhadores com carteira assinada que foram demitidos e passaram a trabalhar por conta própria tiveram que voltar à informalidade no setor privado ou ficaram sem ocupação depois que seus negócios "não vingaram". Com mais pessoas em busca de uma vaga, aumenta ainda mais a taxa de desemprego, explica o pesquisador.

"Além daqueles que perderam o emprego, dos que estão se desfazendo dos negócios recém-abertos, tem aquelas pessoas atingidas indiretamente pela crise. São parentes das pessoas que estão perdendo o emprego e que vão buscar um posto de trabalho", justificou Azeredo.