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Desemprego sobe para 8%, diz IBGE

Mesmo com alta, taxa apurada nas 6 principais regiões metropolitanas é a mais baixa para um mês de janeiro

Por Jacqueline Farid
Atualização:

A taxa de desemprego apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nas seis principais regiões metropolitanas subiu para 8% em janeiro, ante 7,4% em dezembro, mas foi a mais baixa para um mês de janeiro na série histórica da pesquisa, iniciada em março de 2002. O aumento no número de vagas com carteira assinada foi o destaque positivo. Para Cimar Azeredo, gerente da pesquisa mensal de emprego do IBGE, o cenário do mercado de trabalho esteve ''''muito favorável'''' no primeiro mês do ano. Segundo ele, o aumento da taxa em janeiro em relação a dezembro responde a um movimento puramente sazonal, já que são dispensados os funcionários temporários contratados para o fim do ano, reduzindo o número de ocupados. ''''Não há economia aquecida que evite que a taxa suba em janeiro.'''' Segundo Azeredo, as perspectivas são favoráveis em 2008. ''''Vamos ter de esperar os resultados dos próximos meses, mas a entrada no ano foi favorável e, à luz desses dados de janeiro, a expectativa para os próximos meses, até o momento, é positiva.'''' Claudia Oshiro, da Tendências Consultoria, concorda que os resultados de janeiro projetam um desempenho positivo em 2008. ''''Para os próximos meses, esperamos continuidade da melhora dos indicadores de mercado de trabalho em relação ao ano passado.'''' A estimativa da analista é de uma taxa de desemprego média de 8,8% neste ano, ante 9,3% em 2007. O rendimento médio real dos trabalhadores apresentou bons resultados em janeiro, chegando a R$ 1.172,50, estável em relação a dezembro, mas 3,4% maior do que em janeiro do ano passado. ''''Prossegue o crescimento do poder de compra dos ocupados'''', disse Azeredo. FORMALIDADE O aumento da formalidade continua. O número de ocupados com carteira assinada nas seis principais regiões do País cresceu 8,7% em janeiro ante igual mês do ano passado, mais que o dobro do crescimento da média dos ocupados em geral (3,6%) nessa base de comparação. Em relação a dezembro de 2007, o número de ocupados com carteira subiu 0,8%, o que significa que mais 78 mil pessoas foram contratadas formalmente. Os sucessivos aumentos no número de trabalhadores com carteira nas seis principais regiões do País fizeram com que a participação dos empregados com carteira no total de ocupados chegasse ao nível mais alto da série, iniciada em 2002, alcançando 43,8% dos ocupados em janeiro deste ano. Em janeiro de 2007, a fatia dos com carteira não ultrapassava 41,7%. Azeredo disse que, com o crescimento da participação dos empregados com carteira, os trabalhadores formais já são mais de 50% da força de trabalho nas seis regiões. Isso porque, somando os com carteira e os militares e funcionários públicos, que totalizam os empregados formais, a participação total no número de ocupados em janeiro era de 51%. A atividade de serviços às empresas e intermediação financeira teve o maior aumento no número de ocupados em janeiro ante dezembro (3,3%, ou 100 mil novos postos). Já a maior queda ocorreu no comércio (3,6%, ou 155 mil dispensados).

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